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Safe Cities: a Internet das Coisas para um ecossistema inteligente nas cidades

A Universidade do Porto e a Bosch apresentam, no dia 13 de dezembro, os resultados do projeto de inovação conjunto desenvolvido ao longo dos últimos quatro anos.

Com um financiamento superior a 16 milhões de euros, a parceria estratégica da Universidade do Porto – através da Faculdade de Engenharia (FEUP) e da Faculdade de Ciências (FCUP) – com a Bosch Security Systems (Ovar) apresenta, no próximo dia 13 de dezembro, os resultados finais de quatro anos de projeto.

Denominado “Safe Cities”, este projeto permitiu o desenvolvimento inovador de produtos e soluções computacionais inteligentes relacionados com a sensorização, transmissão de dados, armazenamento e processamento inteligente remoto, privacidade, conforto e eficiência dos cidadãos.

O grande objetivo passa pela criação um ecossistema IoT (Internet of Things) permitindo aproximar o mundo digital do mundo físico das coisas, fazendo-os interagir.

No âmbito do projeto foram desenvolvidos produtos inovadores e de elevado potencial para solucionar desafios que enfrentam as sociedades urbanas modernas baseadas no paradigma da IoT.

Os produtos foram estruturados em cinco subprojectos de cariz técnico e tecnológicos em áreas que vão da Data Mining e Big Data, Sensorização Urbana Inteligente, passando pelas Comunicações Multimédia, até às Aplicações de Software e Ciber-Segurança e Privacidade,

Novas soluções para os desafios urbanos

Entre as soluções desenvolvidas no âmbito desta parceria entre a U.Porto e a Bosch, encontramos protocolos avançados de distribuição de áudio e controlo dos sistemas que permitem disseminar mensagens áudio por diferentes subsistemas do ecossistema de IoT.

É também apresentada uma nova geração de amplificadores de áudio que selecionam automaticamente a zona alvo, que podem ser usados em grandes espaços de concentração e pessoas de forma a maximizar a eficiência da transmissão de mensagens como mensagens de avisos.

Podemos ainda elencar o desenvolvimento de soluções computacionais avançadas de inteligência artificial para sistemas de deteção de incêndio de forma a prever e a analisar inteligentemente o seu comportamento, maximizando a sua eficiência e robustez a falhas e, assim, garantir a seguranças dos cidadãos e das infraestruturas.

Também as potencialidades dos sensores de vídeo como sensores de qualidade do ar podem ser exploradas, o que permitirá que câmaras de vigilância tipicamente usadas em cidades possam também contribuir para monitorizar a qualidade do ar destes centros urbanos.

Ao longo dos quatro anos de duração do projeto, 85 investigadores ligados à U.Porto tiveram ainda oportunidade de desenvolver um novo dispositivo com sensores de imagem e de rangefinder que permitem um melhor caraterização visual de cenas urbanas, ao possibilitar imagens de cor sincronizadas com mapas de distância 3D.

Foram ainda criadas soluções computacionais avançadas de inteligência artificial para interpretação de cenas urbanas usando análise de vídeo e áudio, como a deteção e a caracterização de ajuntamentos de pessoas e a deteção de situações anómalas como as resultantes de explosões

Nesse âmbito surgem ainda a análise e a estimativa do movimento de peões e de veículos, a deteção de quedas de idosos e de objetos, a análise estrutural de infraestruturas urbanas, o reconhecimento automático de sons de eventos perigosos baseado em sensorização avançada.

A ferramenta permitiu ainda gerar rotas seguras para a evacuação de infraestruturas ou soluções para proteção de privacidade em ambientes big data e para comunicações edge-cloud resilientes a falhas.

Montra tecnológica

Na Faculdade de Engenharia, João Manuel Tavares, Professor Catedrático e coordenador do projeto na U.Porto, está a preparar uma exposição sobre o “Safe Cities”, que permitirá mostrar in loco, durante o dia 13 de dezembro, os vários produtos e ferramentas desenvolvidas a cooperar em rede, simulando o típico ecossistemas de IoT.

“Acredito que num futuro muito próximo sejam disponibilizados novos produtos para ecossistemas de internet das coisas para cidades seguras com base no que aqui foi largamente explorado”, acredita João Manuel Tavares.

Alguns dos desenvolvimentos encontram-se já integrados em produtos previamente existentes, contribuindo assim para a sua atualização e melhoramento, salienta o professor.

De notar ainda que estes novos desenvolvimentos no âmbito do Safe Cities deram origem a um registo de patente, estando mais 3 registos em curso, e contribuiu para várias dissertações de Mestrado e teses de Doutoramento.

Esta parceria da U.Porto com a Bosch Ovar integrou um novo ciclo de investimento na inovação em Portugal pela empresa alemã e teve como foco o desenvolvimento de soluções nas áreas da mobilidade, cidades inteligentes e seguras e indústria conectada.

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