A França chegou ao último jogo do Grupo D, com a Tunísia, já qualificada para os oitavos-de-final do Mundial 2022.
Esse apuramento chegou logo na segunda jornada (tal como Portugal), depois de duas vitórias em dois jogos.
A França é uma das candidatas à conquista do troféu no Qatar – apesar das diversas lesões que afectaram a equipa nos últimos tempos.
Mais do que isso: a França é ainda a campeã mundial. Venceu o Mundial 2018, na Rússia.
A presença nos oitavos-de-final é apenas o objectivo mínimo para os franceses. Mas a verdade é que o campeão mundial nunca passou da fase de grupos nas três edições anteriores da competição.
Esta tendência negativa dos campeões teve início em 2010: a Itália, vencedora quatro anos antes, ficou no último lugar do seu grupo, que tinha outras três grandes potências do futebol mundial: Paraguai, Eslováquia e Nova Zelândia. Mesmo inserida neste grupo fortíssimo, conseguiu empatar dois jogos e perder o outro. Não venceu qualquer encontro.
O Mundial 2010 foi conquistado pela Espanha, que chegou ao Brasil quatro anos depois, a ouvir a frase “Já chega”. É que a Espanha tinha vencido o Europeu 2008, o Mundial 2010 e o Europeu 2012. Dominava o futebol. Mas nesse Mundial 2014 foi abaixo: derrotas com Chile e Holanda (esta por 5-1, logo na estreia) e nada adiantou a vitória contra a Austrália. Terceiro lugar, fora.
A última edição, o Mundial 2018, começou com a Alemanha como uma das favoritas – como sempre. Os alemães tinham sido campeões mundiais quatro anos antes mas, na Rússia, só ganharam um jogo (Suécia), perderam os outros dois (México e Coreia do Sul) e ficaram no último lugar.
A própria França, agora apurada, fez o mesmo no Mundial 2002: último lugar no grupo, depois de ter sido campeã em casa. Neste século só o Brasil quebrou esta tendência: em 2006 chegou aos quartos-de-final.
A França contrariou agora essa tradição do século XXI e continua a ser uma das maiores candidatas ao título.
Mas os franceses estão a tentar algo que é raro: ser campeão mundial duas vezes seguidas. Só Itália e Brasil conseguiram isso – e os dois casos aconteceram há muito tempo (1934-38 e 1958-62, respectivamente).