Segundo a agência Reuters, os homens não terão sido informados da possibilidade de pedir asilo ao Estado espanhol.
Um grupo com três migrantes nigerianos viajou ao longo de 11 dias agarrados ao leme de um cargueiro com destino ao porto de Las Palmas, Ilhas Canárias. Os indivíduos foram socorridos pela Guarda Costeira de Espanha, apresentando sintomas de desidratação, exaustão e sinais de hipotermia. Um deles está ainda a receber acompanhamento hospitalar.
Segundo a agência Reuters, os homens não terão sido informados da possibilidade de pedir asilo, pelo que foram devolvidos à embarcação — que deverá regressar a Lagos em breve. À luz da lei espanhola, os resgatados no mar que não solicitem proteção internacional ao Estado serão devolvidos ao operador do navio que os resgatou.
“Os migrantes deveriam, pelo menos, ter sido informados do seu direito de pedir asilo político e questionados antes de serem devolvidos ao navio”, explicou à mesma fonte, citada pelo Expresso Helena Maleno, diretora da organização não-governamental Walking Borders. As condições da viagem já são uma indicação de que algo muito sério pode estar por trás dessa fuga, as fotos são incríveis. Nunca vimos um caso em que as pessoas tenham viajado nessas condições e chegado com vida”.
A mesma fonte adianta que as Ilhas Canárias são, cada vez mais, uma porta de entrada para os migrantes africanos, já que na rota do Mediterrâneo Central existe uma enorme possibilidade de que os barcos que saem da Líbia e da Tunísia sejam devolvidos a esses portos. Desta forma, as pessoas que tentaram escapar voltam aos seus países. Fonte do Governo espanhol avançou que as chegadas ao arquipélago aumentaram 59% nos primeiros cinco meses de 2022, em comparação com o ano anterior.
Já a Cruz Vermelha avança que, em 2021, mais de 18 mil migrantes cruzaram a costa da África Ocidental em direção às Canárias. Desde 2014, 2.976 migrantes morreram ou estão desaparecidos após terem tentado fazer a travessia, de acordo com dados da Organização Internacional para as Migrações.