“A internet vai deixar de funcionar. É muito provável”

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Autora do livro Error 404 acredita que toda a rede vai abaixo e o planeta vai atravessar uma situação de pânico.

Esther Paniagua é jornalista e decidiu aproveitar a mensagem frequente do erro 404, que aparece quando um link não funciona, para escrever um livro intitulado precisamente Error 404.

Em resumo, esta obra é uma previsão preocupante: um dia, a internet vai deixar de funcionar, o caos e o pânico vão espalhar-se pelo planeta e ninguém está preparado para esse cenário.

Em entrevista à BBC, Esther começou por explicar que começou a seguir esta ideia devido a uma frase do neurocientista Dan Dennett, que avisou: “A internet irá abaixo e viveremos ondas de pânico mundial”.

A jornalista acredita que há fundamento nessa frase e avisa: é mesmo “muito provável” que surja uma espécie de apagão na internet a nível mundial. Mas, claro, ninguém tem uma data específica para isso.

E, como tudo está ligado à internet, “tudo deixaria de funcionar e seria produzido um efeito em cascata, um efeito dominó, porque afectaria até mesmo os serviços que não estão conectados à rede”.

“Os especialistas dos serviços de inteligência garantem que, 48 horas depois do apagão, começaria a surgir o pânico e as pessoas começariam a temer pela sua sobrevivência”, acrescenta a especialista em ciência e tecnologia.

O processo de “apagar” a internet é rápido. Esther lembra que, em 1998 – sim, há 24 anos – um grupo de piratas informáticos mostrou nos Senado dos EUA que conseguia derrubar toda a rede em 30 minutos, aproveitando vulnerabilidades num protocolo básico da internet que, em poucas palavras, faz com que a informação flua da forma mais eficiente possível.

Claro que, entretanto, a segurança na rede é diferente – mas os métodos de pirataria também são outros. Basta lembrar que, há um ano, todas as plataformas da Meta ficaram em baixo. “Já tivemos muitos casos de crianças que, até sem intenção, estavam a brincar e realizaram ciberataques”.

Esther Paniagua abordou também o DNS, o sistema de nomes de domínio, que está “nas mãos” de apenas 14 pessoas, de 14 guardiões da rede. São essas pessoas – e só essas – que têm as chaves digitais e físicas do DNS global. Reúnem-se duas vezes por ano.

Há uma preocupação maior para a autora do livro: os cabos submarinos, uma via “muito vulnerável”. Há dois anos o Iémen ficou sem internet porque um cabo submarino falhou. Já em 2022 foi a vez de Tonga ficar sem net, depois da erupção vulcânica. Um cabo cortado – acidentalmente ou propositadamente – retira a rede a milhões de pessoas.

Se o apagão geral acontecer, há outro problema: os Governos não estão preparados para reagir rapidamente e da forma mais eficaz.

ZAP //

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4 Comments

  1. Os autores não sabem da existência de internet por satélite?
    É que pra além de não ser afetada por erros DNS global, não depende de cabos submarinos…

  2. Oh meu Deus enfim o pior é que há gente que acredita e compra estás palhaçadas, DNS sim é bom para o marketing, a informação fluirá, porque antes dos DNS havia e ainda há os IP’S…

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