O penálti que abriu o marcador para Portugal no jogo contra o Gana, na estreia no Mundial 2022, gerou alguma controvérsia, mas o grupo técnico da FIFA entende que Cristiano Ronaldo foi “inteligente” no lance.
O Mundial 2022 tem sido marcado por um assinalável número de grandes penalidades e o Grupo de Estudo da FIFA entende que isso se deve à utilização do videoárbitro (VAR) e à inteligência dos avançados, dando como exemplo Cristiano Ronaldo e o seu golo contra o Gana na vitória de Portugal por 3-2.
Após a conclusão da primeira jornada da competição, o grupo técnico da FIFA, com os ex-futebolistas Sunday Oliseh e Faryd Mondragón, o treinador Alberto Zaccheroni, e Chris Loxton, líder do grupo de análise e informação sobre o rendimento, avaliou as evoluções técnicas nas selecções e nos jogadores, bem como situações de jogo.
Entre os vários aspectos, foi analisado o aumento de penáltis nesta edição do Mundial, pormenor em que exemplificaram com Cristiano Ronaldo que ganhou a falta que deu origem ao primeiro golo de Portugal diante do Gana.
“Deve-se à inteligência dos avançados, de Cristiano Ronaldo, por exemplo. Podemos dizer o que quisermos, mas é uma questão de inteligência e foi inteligente”, explica o grupo técnico, em alusão ao penálti cometido sobre Ronaldo pelo defesa ganês.
Para este grupo, o Mundial 2022 tem demonstrado aspetos diferentes dos outros, desde logo em função da época do ano e de ser quase num mesmo local, sem o habitual desgaste a que as equipas estão sujeitas, com muitos quilómetros.
“Os futebolistas têm apenas metade de minutos [jogados na época] em comparação com outros Mundiais, em que chegam com a época terminada e isso vai ser um ponto chave para todas as equipas“, referiu Faryd Mondragón.
“O clima também importa, que é a uma temperatura ideal, e estão sempre no mesmo hotel”, acrescenta.
Condições que facilitam o rendimento dos jogadores, “especialmente da América do Sul, sempre obrigados a grandes viagens”, de acordo com a explicação do antigo guarda-redes colombiano.
Segundo os dados já disponíveis, o grupo técnico ressaltou o “aspecto físico” neste Mundial, com os jogadores mais num plano similar, com menor cansaço.
“Vemos que estão mais agressivos, com força, e exercem o dobro, triplo ou quádruplo da pressão”, salienta o grupo.
Nos próximos dias, a FIFA irá debruçar-se sobre o tempo de descontos nos jogos, uma matéria em que Oliseh entende que tem sido adequada às paragens e substituições, de cinco jogadores.
ZAP // Lusa