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Vivemos numa simulação? Se sim, já temos um plano para escapar

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Caso estejamos a viver numa simulação, um novo artigo oferece algumas alternativas para conseguirmos escapar.

Vivemos numa simulação? Esta é uma pergunta que há muito tempo assombra a comunidade científica.

Embora possa parecer algo saído do filme “Matrix”, a questão tem levado cientistas a debruçarem-se sobre o assunto. Não há respostas certas, mas alguns investigadores têm teorias arrojadas.

Em 2019, precisamente no vigésimo aniversário de “Matrix”, Rizwan Virk, cientista do Massachusetts Institute of Technology (MIT), disse numa entrevista que estamos, muito provavelmente, a viver numa simulação.

“Diria que há mais probabilidade de estarmos a viver numa simulação do que o contrário”, afirmou Virk ao Digital Trends. Esta é uma opinião partilhada por outros cientistas e figuras públicas, como Elon Musk.

Um estudo publicado em 2020 mostra que as probabilidades de estarmos a viver numa realidade simulada ou numa realidade base – uma existência que não é simulada – são praticamente as mesmas.

Vamos, por momentos, supor que estamos mesmo a viver numa simulação. Neste caso, o cientista de computação Roman Yampolskiy descreveu como é que seria viver nesta realidade simulada e como poderíamos escapar dela.

Num artigo recentemente pré-publicado no portal ResearchGate, Yampolskiy escreve que o primeiro passo é tentar descobrir em que tipo de simulação estamos.

Citado pela IFLScience, Yampolskiy oferece duas hipóteses: uma simulação parcial, em que um ambiente virtual é simulado e em que agentes não simulados são imersos; e simulação completa, em que tanto o ambiente quanto os agentes são gerados”.

No primeiro cenário, “desencadear um desligamento pode ser suficiente para voltar à realidade básica”. Por sua vez, no segundo cenário, “exigiria uma abordagem mais sofisticada”, explica o cientista.

Um método seria forçar os simuladores a aumentar cada vez mais o poder computacional para simular a nossa realidade.

“Talvez pudéssemos enviar sondas Von Neumann para os cantos mais distantes do Universo, numa tentativa de aumentar deliberadamente o consumo de recursos”, explicou Yampolskiy, “ou poderíamos executar as nossas próprias simulações”.

Ora, se vivêssemos numa simulação parcial, conseguiríamos quebrá-la e ver o que há por trás dela. Mas se vivermos numa simulação total, corremos o risco de pôr um ponto final à nossa existência caso os nosso simuladores simplesmente puxassem o cabo da tomada.

No entanto, Yampolskiy sublinha que estamos no primeiro estágio inicial de pesquisa das possíveis maneiras de escapar. O próximo passo seria investigar mais a estrutura do Universo e principalmente a mecânica quântica.

Basicamente, a Teoria da Simulação sugere que se os humanos continuarem a avançar por centenas, milhares ou mesmo milhões de anos, será bastante seguro afirmar que nós teremos muito poder computacional. Com todo este poder, é provável que os nossos descendentes fiquem curiosos o suficiente para executar “simulações de antepassados”.

Se isso já aconteceu, significaria que a grande maioria das pessoas são simulações dos descendentes avançados da humanidade original e, se for esse o caso, é mais racional supor que você é uma das simulações em vez de um dos humanos biológicos originais.

Desde que Nick Bostrom, da Universidade de Oxford, publicou um artigo sobre o argumento da simulação em 2003, várias personalidades têm lutado com a ideia de a nossa realidade ser um simulacro.

Há quem tenha tentado identificar maneiras através das quais possamos discernir se somos seres simulados ou mesmo calcular a probabilidade de sermos entidades virtuais.

O argumento da simulação de Bostrom baseia-se num trilema, no qual pelo menos uma afirmação deve ser verdadeira: primeiro, os humanos que alcançam um estágio de vida pós-humana é próximo de zero; em segundo lugar, os humanos interessados em executar simulações ancestrais é próximo de zero; e por último, a probabilidade de estarmos todos a viver numa simulação é próxima de um.

Daniel Costa, ZAP //

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