O Porto deu um passo muito importante rumo aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. O adversário, o Club Brugge, havia imposto aos “dragões” uma derrota pouco vista na Invicta por 4-0, e os “azuis-e-brancos” não deixaram de assinalar a visita à Bélgica com uma vingança servida fria, gelada.
Os portugueses golearam por… quatro golos sem respostas, graças a uma exibição colectiva sublime, com um bis de um fenomenal Taremi e mais duas grandes penalidades (uma não contou) defendida por Diogo Costa. Agora que venha o Atlético.
Quando a pontaria afinou…
O Porto chegou ao intervalo em vantagem no marcador, golo de Mehdi Taremi aos 33 minutos – o primeiro sofrido pelos belgas na presente edição da Champions -, mas não deixou de saber a pouco. Os “azuis-e-brancos” limparam a imagem deixada no jogo do Dragão e foram muito superiores ao Club Brugge em termos ofensivos (xG). Um autêntico recital de lances ofensivos… e de desperdício, nomeadamente por Eustáquio, Galeno e Taremi, cada um com uma ocasião flagrante falhada.
O melhor em campo nesta fase era, precisamente, o atacante iraniano, com um GoalPoint Rating de 7.7, que se torna ainda mais extraordinário tendo em conta que desperdiçou uma flagrante. Além do golo, Taremi foi o mais rematador do jogo, com três disparos, dois enquadrados, criou uma ocasião flagrante e ganhou os dois duelos aéreos ofensivos em que participou.
No arranque do segundo tempo, David Carmo ia deitando todo o trabalho da equipa a perder, ao cometer uma grande penalidade infantil sobre Brandon Mechele, mas Diogo Costa foi monstruoso. Primeiro defendeu o pontapé de Hans Vanaken, mas o árbitro mandou repetir o castigo máximo. Porém, o guardião portista voltou a travar, e de forma espectacular, a forte e colocada conversão de Noah Lang – repetindo o que havia feito duas vezes antes o Leverkusen, em casa e fora. Incrível.
Quem não falhou foi Evanilson que, aos 57 minutos, atirou para o 2-0 e deu uma estocada forte na força anímica belga. E em cima da hora de jogo, Eustáquio, a dois tempo, fez o 3-0. Estava encontrado o justíssimo vencedor da partida e ainda faltava muito jogo. A desforra total aos 4-0 da primeira volta aconteceu aos 70 minutos, num grande lance colectivo com Galeno, Otávio e este a deixar para o bis de Taremi. Festival portista em Brugge e nota máxima para o iraniano.
MVP GoalPoint: Mehdi Taremi
Nota 10.0. Mehdi Taremi arrancou o GoalPoint Rating máximo na goleada do Porto ao Brugge, graças a uma exibição notável. O atacante iraniano bisou na partida, mas foi o acumular de vários outros momentos que permitiram ao “dragão” sair com a máxima distinção do Antunes num jogo, tornando-se no segundo jogador a actuar em Portugal, a par de Rafa Silva, a conseguir o rating máximo por duas ocasiões, mas o primeiro a fazê-lo numa mesma época. Taremi fez cinco remates, quatro enquadrados (ambos máximos), criou duas ocasiões flagrantes em dois passes para finalização, recebeu nove passes aproximativos, acumulou sete acções com bola na área contrária e ganhou três de cinco duelos aéreos. Bravo!
Destaques do Club Brugge
Mignolet 6.4
E mais poderiam ter sido. Não foram por desacerto portista na primeira parte e por causa da boa prestação de Mignolet, guardião que foi o melhor do Club Brugge, com cinco defesas, quatro a remates na sua grande área.
Vanaken 5.7
O experiente médio está sempre um patamar acima dos colegas e, apesar de não ter brilhado, conseguiu dois passes para finalização, 93% de eficácia de passe, seis longos certos em oito, oito passes aproximativos e dois super aproximativos, e quatro variações de flanco.
Destaques do Porto
Otávio 7.5
O pilar de todo o futebol portista. Otávio esteve implacável, em especial a atacar, terminando com duas assistências, três ocasiões flagrantes criadas e sete passes para finalização, todos máximos do encontro.
Diogo Costa 7.4
Uma pena a primeira grande penalidade não ter contado, pois o árbitro mandou repetir, senão estaríamos aqui a falar de dois penáltis travados. Conta um, num total de quatro defesas, três a remates na sua grande área, mais 15 passes longos, sete completos.
Eustáquio 7.1
Redenção consumada, após a expulsão no “clássico”. É certo que o médio começou o jogo a falhar uma ocasião flagrante, mas corrigiu na segunda parte e marcou um golo. Somou três remates, dois enquadrados, e foi pena as duas flagrantes desperdiçadas.
Evanilson 6.2
Por vezes desaparece do jogo, por vezes surge do nada a marcar. Foi o que fez na segunda parte, marcando um tento pleno de oportunismo. Ganhou dois de três duelos aéreos ofensivos, mas registou quatro foras-de-jogo, máximo do encontro.
Galeno 6.2
Extraordinária a capacidade de esticar o jogo e queimar linhas com as suas conduções aproximativas (5, máximo). A ocasião flagrante que falhou corta-lhe a nota, mas o extremo pode gabar-se de ter completado as três tentativas de drible.
Pepê 5.9
Menos exuberante que em outras ocasiões, revelando alguma falta de frescura física, mas o brasileiro lutou muito e acumulou oito acções defensivas, entre elas quatro desarmes, máximo da partida.
David Carmo 5.8
Ia estragando tudo com um penálti disparatado cometido na segunda parte. Porém, Diogo Costa safou e o central terminou com alguns bons números, nomeadamente cinco passes longos certos em dez, três passes super aproximativos e cinco alívios.
Zaidu 5.8
Nem sempre decidiu bem nas saídas para o contra-ataque, mas o lateral lutou muito e entregou-se ao jogo, com destaque para seis recuperações de posse e três desarmes.
// GoalPoint
Um anti-ácido chamado “Brujas” para ajudar a digerir sexta-feira passada. E “quando a pontaria afinou…”, aconteceu o mesmo que no primeiro jogo: 0-4. Sabem o que este grupo, FCP, A. Madrid, Bruges e Leverkusen me faz lembrar? O saudoso programa da RTP, a “Liga dos Últimos”. ..