Falso funcionário da NOS ameaça matar jornalista. Depois pediu desculpa

Francisco deixou ameaça de morte, extensa (mas copiada), a jornalista da revista Visão. Já pediu desculpa ao próprio “alvo”.

O texto não é original mas não deixa de ser grave e preocupante.

Luís Ribeiro, jornalista na Visão, recebeu uma ameaça de morte (ou várias ameaças), num e-mail extenso que o próprio partilhou no Twitter.

Foi escrito por um alegado “Artur Mancha” e enviado por um endereço que liga ao portal Nada Radical.

O e-mail, que inclui várias palavras que não vamos reproduzir aqui, não apresenta o contexto, a origem destas ameaças.

O “Artur” começa por avisar que foi o melhor da sua turma na Marinha Portuguesa, que está envolvido em missões secretas e que já matou mais de 300 pessoas.

“Sou treinado em guerrilha e sou o melhor sniper das Forças Armadas de Portugal”, continua.

E depois as ameaças directas: Luís Ribeiro é um “alvo”, vai ser “apagado” com uma precisão “nunca vista” e o seu computador já está a ser analisado pelos espiões que “Artur” tem.

“Eu posso estar em qualquer lugar, a qualquer hora, e posso-te matar em mais de 700 maneiras diferentes”, lê-se.

E as ameaças continuam, acabando com novo aviso: “Estás morto”.

O texto não é original. É uma tradução de um texto conhecido pela Internet, escrito há mais de 10 anos.

A questão é que o autor do e-mail está identificado. A ligação à página do LinkedIn não foi omitida e o “Artur” é afinal Francisco D., administrador no tal portal Nada Radical e que se apresenta também como funcionário do departamento informático da NOS. Entretanto a página no LinkedIn foi apagada.

Nos comentários da própria publicação de Luís Ribeiro, fica a ideia que Francisco não trabalha na NOS: “Ninguém o conhece”.

A NOS já confirmou ao ZAP que o autor deste texto não trabalha na empresa.

E, mesmo não sendo um texto original, entre os comentários repete-se a ideia: é caso para ser apresentado na polícia.

Outros utilizadores no Twitter são irónicos: “Percebe-se que não está a brincar pela forma como fere, gravemente, o português. Pode dar-se o caso de só ter o 12.º ano e não saber que ameaça é crime”.

Outros brincam com a situação: “O gajo diz que apaga a tua vidinha do continente. Se fores rapidamente para a Madeira ou Açores talvez te safes!”. Ou ainda: “Eu passava a ir mais ao Pingo Doce e ao Lidl!”. Ou, noutro contexto: “300 mortes confirmadas… Só se forem baratas!”.

Outro utilizador chama a atenção para um aspecto que o próprio jornalista Luís Ribeiro poderia ter ponderado: “Luís, pelo menos anonimizavas porque o que acabaste de fazer é ilícito (mesmo que tenhas motivo de te queixar, no qual eu concordo)”.

Pedido de desculpa

Mais tarde, Luís Ribeiro voltou a escrever sobre o assunto: Francisco disse-lhe que foi uma brincadeira e pediu desculpa.

Acha que vai ser despedido mas Luís pede para o autor daquele e-mail não ser despedido: “Já todos fizemos parvoíces”.

(artigo actualizado às 16h39)

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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