O Banco de Portugal (BdP), liderado por Mário Centeno, estima que os preços subam 7,8% este ano, uma subida que anula os aumentos nominais de rendimentos antecipados em 2022. Salários devem estagnar.
No Boletim Económico divulgado esta quinta-feira, citado pelo Jornal de Negócios, o banco revê em forte alta (1,9 pontos percentuais) a estimativa de subida dos preços para este ano, contando com uma inflação de 7,8%, quando em junho esperava que fosse de 5,9%.
Contribuíram para a subida da inflação as “crescentes pressões externas sobre os preços” e o aumento da procura de bens e serviços, embora se espere uma “inflexão no final do ano”.
O BdP referiu que as expetativas de preços dos empresários para os próximos três meses abrandaram em julho e agosto, avançando igualmente quedas em cadeia no preço do petróleo (embora acima do valor médio de 2021), com as cadeias de fornecimento a perder alguns constrangimentos.
“Neste contexto, a inflação mantém-se acima de 9% na segunda metade do ano, atingindo o ponto máximo no terceiro trimestre (9,5%) e diminuindo ligeiramente no final do ano”, explicou o BdP.
De acordo com a mesma entidade, o “rendimento disponível real estagna em 2022”, avançando apenas 0,2%, após 2,2% em 2021, condicionado pela inflação.
Em termos nominais, o banco vê o rendimento das famílias acelerar de 3,6% para 6,5% “refletindo o comportamento das remunerações do trabalho”, num contexto de crescimento do emprego e dos salários por trabalhador.
Segundo o BdP, “as medidas anunciadas em setembro pelo Governo português deverão ter um contributo de 1,4 pontos percentuais para a variação do rendimento disponível em 2022”.
Contudo, nem a subida inflação e dos juros no consumo das famílias, nem o desempenho mais fraco do que o previsto do investimento, deverão ser suficientes para lançar a economia portuguesa numa recessão técnica no final deste ano, referiu a entidade, apontando para um crescimento económico de 6,7%.
A recessão técnica é definida pela ocorrência de dois trimestres consecutivos de variação negativa em cadeia do PIB. Para 2023, no entanto, espera-se “uma desaceleração significativa”.
As surpresas positivas na primeira metade do ano vieram das exportações e do consumo privado, revelando este último “uma maior resistência aos choques adversos”. O consumo privado deverá registar um crescimento de 5,5% e as exportações deverão crescer 17,9%.
A entidade indicou ainda que o investimento em Portugal cresceu apenas 0,8% no decorrer deste ano, assinalando que uma das razões para a revisão em baixa deste indicador está no nível de execução mais fraco do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) registado até agora.
“É urgente promover uma utilização efetiva e eficaz dos fundos do PRR e acelerar a prossecução das reformas no seu âmbito, o que contribuirá para inverter a desaceleração recente do investimento privado e público e sustentar a atividade económica no curto e no médio prazo”, alertou a entidade.
Esta gente está doida. Escapamos à recessão…. esperem, mas sentados, pelos turistas nos próximos meses. Vão ver o corte percentual de turistas nos próximos 2 anos. Estão à espera do “milagre” das entradas de dinheiro do turismo. O Costa é um sujeito ao sabor da maré. Espera que corra tudo bem; de resto, vai conforme sopra o vento vindo de Berlim, como é costume. Basta ouvir as suas palavras de hoje em Praga, sobre o que o governo alemão injetou na economia; gago lá disse: “… cada país tem as suas capacidades orçamentais…. e esperamos que seja o MESMO QUE ACONTECEU COM A PANDEMIA, A SOLIDARIEDADE…. espero que seja o mesmo ….” … repetiu isso, 2x 3x , …. que é o mesmo que dizer: “…. estou feito que agora é cada um por si….” Estamos nós nas mãos desta gente, que só pensa no seu bem estar – querem lá saber do país, querem é saber deles usando o país e os que cá vão sobrevivendo –
Até pode acontecer que não entremos em recessão efetiva em Portugal em 2023. Não se esqueça que durantes os anos de pandemia demos um dos maiores trambolhões de toda a UE. O ponto de partida é muito baixo. No entanto, iremos ter fortes repercussões da crise económica mundial. E se esta for muito prolongada, também cá chegará a recessão em força.