O banco (de suplentes) do “dragão” estava revestido de ouro. Com o jogo empatado e sem margem para voltar a falhar, Sérgio Conceição apostou todas as fichas em Zaidu e Galeno aos 62 minutos, e a dupla foi determinante no primeiro triunfo do FC Porto neste Grupo B da Liga dos Campeões.
O nigeriano Zaidu, qual ponta-de-lança, deu o mote finalizando uma jogada de elevada nota artística.
A quatro minutos dos 90, o génio de Taremi voltou a soltar-se com mais uma assistência açucarada que Galeno finalizou a preceito, decretando o resultado final.
O Bayern, que saiu da Invicta com uma valente dor de cabeça, terminou o duelo reduzido a dez elementos após a expulsão de Frimpong.
O Clube Brugge lidera o grupo de forma isolada, seguindo-se, com três pontos, FC Porto, Atlético Madrid e Bayer Leverkusen. Após 15 minutos pouco intensos, o duelo começou a aquecer quando o VAR anulou um golo a Hudson-Odoi.
Nesta fase, o ascendente era germânico, a formação forasteira explorava, em desdobramentos velozes, os três corredores, com especial incidência no direito, onde estavam Diaby e Frimpong. Aos 20 minutos, o Bayer já tinha quatro acções na área “azul-e-branca” contra nenhuma dos anfitriões.
Uma “bomba” de Uribe ao minuto 40 foi travada por de Hradecky e deu sequência a um período louco até ao intervalo, de parada e resposta.
Instantes depois, Taremi ainda festejou, mas a jogada foi posteriormente anulada, sendo assinalada uma grande penalidade a punir mão na bola de David Carmo.
Da marca dos 11 metros, Schick voltou a não levar a melhor no frente-a-frente com Diogo Costa, tal como tinha ocorrido há cerca de dez dias quando Portugal defrontou a Rep. Checa.
Já no período de descontos, o guardião luso voltou a ser determinante, voando para deter um disparo do avançado checo. Autor de quatro defesas (três em remates que ocorreram na área do FC Porto), Diogo Costa era o MVP.
O intervalo foi bom conselheiro para os campeões nacionais, que voltaram dos balneários mais intensos, organizados, criativos e começaram a arriscar mais no ultimo terço.
Os avisos foram-se sucedendo até que surgiu o primeiro tento: Pepê e Eustáquio fugiram às amarras adversárias, Galeno acelerou, Taremi cruzou e Zaidu cabeceou.
Com o Leverkusen a tentar chegar ao empate, chegou o 2-0: Taremi “cozinhou” e o antigo extremo do Braga só teve de deliciar-se com a sobremesa.
E o resultado até poderia ter sido mais amplo não fosse o desacerto de Otávio já no último suspiro da partida.
Melhor em Campo
O internacional português Diogo Costa foi determinante neste primeiro triunfo “azul-e-branco” nesta edição da Champions.
Na fase de maior pressão do Bayer Leverkusen, soube suster a armada alemã com intervenções de alto calibre. À beira do intervalo demonstrou ter nervos de aço quando voou e impediu o golo a Schick.
Minutos depois, em mais um “face to face” com o checo, levou a melhor com uma enorme intervenção. Ao todo concluiu o encontro com seis intervenções, sendo que quatro ocorreram em remates na área do FC Porto, e levou para casa o prémio de melhor em campo com um merecido GoalPoint Rating de 8.4.
Destaques do Porto
Galeno 7.4
Tal como na última sexta-feira, saiu do banco para render frutos. O golo (no único remate que fez) sentenciou a partida. Além disso, teve participação activa no 1-0 com um arrancada que Tah não conseguiu acompanhar. O extremo teve 13 acções com a bola, três das quais ocorreram na área adversária.
Uribe 7.1
Foi operado no sábado a uma lesão no pulso e nesta terça-feira já estava em campo onde permaneceu durante 80 minutos. Esteve perto de marcar aos 40, gizou quatro passes aproximativos, recuperou a posse em 12 ocasiões, perdeu a mesma por 13 vezes, chegou às três acções defensivas no meio-campo contrário, dois desarmes, quatro intercepções e dois alívios.
Eustáquio 7.0
Vai ganhando espaço no meio-campo com exibições consistentes, como a que apresentou esta noite. Tentou a sorte com três remates (um enquadrado), quatro recuperações de bola, seis acções defensivas no meio-campo contrário, cinco desarmes e quatro intercepções.
Zaidu 7.0
Não foi titular pelo segundo jogo consecutivo, mas aproveitou o período em campo para escrever o nome na ficha do jogo com um golo decisivo, 17 acções com o esférico, sendo que três foram na área e um corte decisivo.
Taremi 6.3
Não precisa de marcar para ser crucial nos sucessos da equipa. Inteligente, vestiu a pele de ponta-de-lança, extremo e organizador de jogo. Brilhou com duas assistências, três remates, sete passes aproximativos recebidos e 37 acções com a bola (seis foram na área do Bayer). A nota não foi mais elevada pelas 15 perdas de posse acumuladas (duas no primeiro terço do terreno).
Wendell 6.2
No reencontro com a antiga equipa, foi titular e, até sair lesionado – começou a queixar-se ainda na primeira parte -, evidenciou-se com três passes longos certos em quatro tentados, quatro passes aproximativos, três conduções aproximativas, sete recuperações de posse e três desarmes. Exibição positiva.
João Mário 5.9
Foi a novidade no “onze”. Começou nervoso, mas foi acalmando com o decorrer dos minutos. Até sair aos 61 realizou quatro cruzamentos, três acções com a bola na área contrária, outras tantas conduções aproximativas, quatro alívios e três desarmes. Em sentido inverso, sofreu dois desarmes e registou dois maus controlos de bola.
Otávio 5.8
Entrou na etapa final, tendo acrescentado outra acutilância ao jogo da equipa. Ficou próximo de marcar, contabilizou três acções com a bola na área do Leverkusen, duas acções defensivas no meio-campo adversário e dois desarmes.
Pepê 5.6
O multifunções. Na primeira parte foi dos poucos elementos a criar perigo junto aos alemães, recuou no terreno com a entrada de Galeno, mas nunca perdeu a rotação. Dos seus dados, realce para o passe para finalização que orquestrou, quatro passes aproximativos, dois super aproximativos, três acções com a bola na área contrária e três dribles eficazes em seis realizados.
David Carmo 4.3
Continua sem atingir o nível que apresentou no Minho com as cores do Braga. Nervoso, cometeu uma grande penalidade precipitada e foi salvo pelos reflexos de Diogo Costa. Dos 25 passes feitos, desperdiçou quatro (84%), registou seis perdas de bola e não assinou nenhuma acção defensiva.
Destaques do Leverkusen
Tah 6.4
Foi o melhor elementos dos visitantes em campo com sete passes longos correctos em oito, sete passes aproximativos, três variações de flanco, sete recuperações de posse, quatro alívios, dois remates bloqueados, dois desarmes e duas intercepções.
Tapsoba 5.2
No regresso a Portugal, esteve um furos abaixo do colega no centro da defesa. Falhou quatro passes de risco.
Schick 3.7
Da marca dos 11 metros, voltou a claudicar. Os três remates que fez foram enquadrados e venceu apenas um dos sete duelos aéreos ofensivos em que interveio.
Resumo
// GoalPoint
O “GP” é, sempre, muito generoso nas análises ao FCP. ..