Lula da Silva foi o candidato às Presidenciais brasileiras mais votado na Austrália e na Nova Zelândia, enquanto o atual chefe de Estado, Jair Bolsonaro, repetiu a vitória de 2018 em Timor-Leste, segundo resultados provisórios
Os resultados do escrutínio nos três países foram afixados, como ocorre normalmente, nos locais de votação, depois de concluído o escrutínio.
Segundo dados obtidos pela Lusa, Lula conseguiu 701 votos contra 223 em Jair Bolsonaro na votação na Austrália e venceu na Nova Zelândia com 328 votos, contra 71 votos em Jair Bolsonaro.
Em Timor-Leste, e tal como ocorreu em 2018, Jair Bolsonaro foi o candidato mais votado pelos 65 eleitores (de entre 91 registados) que se deslocaram hoje à Embaixada do Brasil em Díli.
Bolsonaro obteve 37 votos, contra 18 em Lula da Silva, seis em Ciro Gomes, três em Simone Tebet e um em Felipe d’Avila.
Nas eleições de 2018, Bolsonaro já tinha ganho com ampla vantagem, obtendo 41 votos contra apenas dois em Fernando Haddad (na primeira volta) e 27 votos na segunda volta contra os 11 de Haddad.
Com probabilidade de vencer na primeira volta, Lula da Silva tem 50% a 51% das intenções de voto, segundo duas sondagens divulgadas este sábado no Brasil,
Lula é seguido pelo Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, com 36% ea 37% das intenções de voto, Ciro Gomes (5%, nas duas sondagens) e Simone Tebet (6% e 5%).
Às presidenciais brasileiras concorrem 11 candidatos: Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D’Ávila, Soraya Tronicke, Eymael, Padre Kelmon, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.
Caso nenhum dos candidatos presidenciais ultrapasse 50% dos votos válidos, os dois mais votados voltam a enfrentar-se numa segunda volta em 30 de outubro.
Bolsonaro e Lula já votaram
Lula da Silva votou na manhã deste domingo em São Bernardo do Campo, cidade que é o seu berço político, na região metropolitana de São Paulo, no sufrágio que pode definir o seu regresso ao poder no Brasil.
O ex-presidente brasileiro estava acompanhado do seu candidato a vice-presidente, Geraldo Alckmin, da sua mulher, a socióloga Rosângela da Silva, da presidente do seu partido, Gleisi Hoffmann, e do candidato do PT ao Governo de São Paulo, Fernando Haddad.
Após votar, o candidato do PT beijou o comprovativo de voto e deixou a sala.
Também o atual presidente brasileiro, Jair Bolsonaro já votou, e afirmou aos jornalistas que vencerá as eleições presidenciais já na primeira volta.
“Vai ser já no primeiro turno”, garantiu Bolsonaro depois de questionado pelos jornalistas se iria respeitar o resultado da votação.
O candidato à reeleição chegou para votar a Vila Militar, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, pouco depois das 08:50, vestido com uma t-shirt verde e amarela da seleção ‘canarinha’.
“A expectativa é de vitória hoje. Nestes 45 dias, fui praticamente a todos os estados do Brasil. Ontem, em Joinville, algo nunca visto no Brasil, tanta gente na rua. Eleições limpas, sem problema nenhum”, declarou.
Fila para votar em Lisboa
Os brasileiros residentes em Portugal que votam em Lisboa deslocaram-se em massa às urnas às primeiras horas da manhã, formando uma longa fila na Cidade Universitária, com esperança de evitar uma segunda volta das eleições presidenciais
À hora de abertura das urnas, às 08:00, na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, já uma longa fila se formava à porta, com as primeiras pessoas a chegar ao local pelas 05:00, segundo relataram à Lusa agentes da Polícia de Segurança Pública à porta da faculdade.
Para Marcelo Resende, que votou pela primeira vez em Portugal, a grande afluência de brasileiros às urnas em Lisboa foi “uma surpresa”.
“Aqui a fila é bastante, mas não para, está sempre andando”, disse à Lusa o jovem, que votou “para mudar o curso do Brasil”.
“Que a democracia seja feita, que possamos mudar o curso do Brasil, que as coisas melhorem. Este Presidente atual não fez o que era suposto ser feito para a população brasileira, creio que a mudança é o melhor para a gente ver como é que correm ou não as coisas”, defendeu Marcelo Resende à saída da faculdade depois de votar.
Quanto a uma eventual segunda volta das eleições, Marcelo Resende disse acreditar que “infelizmente” irá acontecer. “As pessoas estão bem divididas, então acho que vai ter segunda volta”, realçou.
Já Eduardo, com uma t-shirt de apoio a Bolsonaro, espera que o país “não volte ao que tinha antes”. “O partido que havia antes foi muita corrupção, muita coisa que eles descobriram, então acho que é melhor continuar o que tem lá, por enquanto”, disse à lusa.
Também a votar pela primeira vez em Portugal, Eduardo disse estar “abismado” com a quantidade de brasileiros a acorrer às urnas logo pela manhã e, por isso, acredita que “não haverá” segunda volta.
Caio Arruda, mais um jovem brasileiro a votar pela primeira vez em Lisboa, considerou que a mudança de Presidente “é, sem sombra de dúvida” o melhor para o Brasil.
“Felizmente, a gente está com muita esperança para começar um novo ciclo no país e deixar toda esta bagunça para trás e, realmente, voltar a acreditar no nosso país e que, a partir de agora, a gente possa ter mais esperança para um Brasil melhor”, afirmou Caio Arruda, que estava acompanhado por uma jovem com uma T-shirt vermelha onde se lia “Lula livre”.
Caio Arruda destacou ainda a rapidez com que o processo de voto está a decorrer, tendo demorado “apenas uma hora”, apesar da longa fila, e disse esperar que não haja segunda volta.
“Se houver, estarei aqui também, mas estou esperançoso para que no primeiro turno já esteja tudo resolvido”, afirmou.
ZAP // Lusa