As faixas etárias na idade ou próximas da idade da reforma são as mais descontentes com o pacote de medidas de combate à inflação apresentado pelo Governo. A maioria dos eleitores que votou no PS em janeiro (52%) também desaprova o pacote.
A opinião dos portugueses sobre o pacote de medidas de combate à inflação apresentado pelo Governo está no vermelho, de acordo com os resultados de uma nova sondagem da Aximage para o JN, DN e TSF.
As medidas destinadas às pensões são as que mais desagradam aos inquiridos, com 61% a discordar da solução do Governo, isto depois de já muita tinta ter corrido sobre o impacto que o aumento em duas fases terá na fórmula de actualização das pensões a partir de 2024, que assim aumentarão menos do que o seria de esperar por terem um menor valor base. 45% dos inquiridos também queriam que o bónus dado em Outubro, que equivale a meia pensão, fosse maior.
Já os apoios de 125 euros dados aos trabalhadores e aos 50 euros extra por cada filho dependente também não são uma medida vista com bons olhos, já que 67% dos inquiridos trocavam este apoio único por uma redução nas taxas de IRS. 55% também acham que os 125 euros do apoio aos rendimentos fica aquém do esperado e 54% têm a mesma opinião sobre o bónus de 50 euros por cada filho.
Questionados sobre se estes apoios são o máximo que o Estado consegue suportar, 48% discordam. Uma outra medida que tem sido muito debatida é a cobrança de uma taxa sobe os lucros extraordinários das empresas energéticas que estão a beneficiar com a inflação — e 66% dos portugueses são adeptos da ideia. 46% dos inquiridos também acham que o aumento salarial de 2% para a função pública é insuficiente.
A opinião negativa sobre o pacote Famílias Primeiro é transversal a todos os segmentos em que a amostra da sondagem foi dividida, incluindo entre os eleitores do PS nas últimas eleições, sendo que 52% chumbam as medidas.
Os socialistas apenas mostram uma tendência diferente em relação aos restantes eleitores na questão sobre se o pacote chega ao limite da capacidade do Estado de ajudar os cidadãos, havendo uma maioria de 42% de eleitores do PS que concorda.
Dado o descontentamento com as medidas para os pensionistas, as faixas etárias onde a opinião é mais negativa são as mais velhas, entre os 55 e 64 anos e acima dos 65 anos, ambas com um descontentamento perto dos 70%.
89% dos inquiridos revelam que o notaram um aumento do custo de vida no último ano e 80% esperem que este problema se continue a agravar nos próximos 12 meses. O setor onde o aumento foi mais notório foi as compras no supermercado (89%), seguindo-se os combustíveis (60%) e a energia (25%).