Morreu Jean-Luc Godard, o realizador que “libertou” o cinema

Gary Stevens

Jean-Luc Godard

O cineasta franco-suíço

O cineasta Jean-Luc Godard morreu, aos 91 anos de idade. É um dos principais nomes do cinema desde a estreia em longas-metragens com “O Acossado”, em 1960.

Parte fundamental da ‘Nouvelle Vague’ francesa, movimento que revolucionou o cinema a partir dos anos de 1950, Godard tem uma longa carreira premiada, que vai desde o galardão de melhor realizador, em Berlim, logo por “O Acossado”, até um Óscar honorário, entregue em 2010, numa cerimónia à qual não compareceu.

Autor de obras influentes sobre várias gerações de realizadores como “O Desprezo” (1963), com Brigitte Bardot, “Bando à Parte” (1964), “Pedro, o Louco” (1965) ou os mais recentes “Filme Socialismo” (2010) e “Adeus à Linguagem” (2014), Jean-Luc Godard ficou conhecido “pelo seu estilo de filmar iconoclasta, aparentemente improvisado, bem como pelo seu inflexível radicalismo”, como recorda o The Guardian no obituário do cineasta.

“Jean-Luc Godard é alguém a que todos nós, que trabalhamos no cinema nos últimos 60 anos, lhe devemos tudo“, refere o produtor português Paulo Branco em declarações à TSF.

“Foi ele o primeiro que libertou a linguagem cinematográfica. Era o que mais compreendia e mais admirava a linguagem clássica no cinema e foi ele que, de uma certa maneira, deu a liberdade ao cinema”, fazendo com que todo o cinema moderno se tenha modificado radicalmente, “saindo dos cânones habituais”, frisa ainda Paulo Branco.

ZAP // Lusa

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