Nakajima diz que não está arrependido depois de, em 2020, ter recusado treinar com o plantel do FC Porto devido a preocupações com a covid-19.
Em junho de 2020, Shoya Nakajima recusou-se a treinar com o restante plantel portista, tendo invocado os problemas de saúde da mulher.
Numa altura em que a pandemia de covid-19 estava num dos seus picos, Nakajima integrou o regresso aos treinos quando estes ainda eram feitos de forma individual.
No segundo dia de treinos coletivos, porém, o avançado japonês deixou de treinar. O jogador, de 25 anos, invocou os sintomas de doença respiratória da mulher, ocorridos em meados de maio, para justificar a sua ausência no Olival.
Agora, numa extensa entrevista à revista Goethe, do Japão, o atleta lembrou este episódio e reiterou que não está arrependido.
“Naquela altura não sabia o que era o coronavírus e não havia cura. A minha esposa tem asma e uma pneumonia era séria ameaça à vida. Algumas pessoas morreram assim e a minha filha ainda era pequena. Para mim, a família é a coisa mais importante, coloco-a acima de tudo”, começou por dizer o internacional nipónico.
“Enquanto outras equipas ainda treinavam com pequenos grupos de jogadores, o FC Porto começou a treinar com toda a equipa. Tínhamos duas salas separadas, mas não me parecia socialmente distanciado. A minha mulher estava doente na altura se eu fosse infetado com covid-19 colocaria a minha família em risco. Não quero ver minha esposa e filha sofrerem, então tomei a decisão de ficar com elas. Não participei nos treinos, perdi a minha posição na equipa, mas não me arrependo”, acrescentou.
Nakajima não foi inscrito pelo FC Porto para esta temporada, pelo que a saída do clube estará para breve.
“A verdade é que a cada ano que passa estou mais velho, mas quero manter a cabeça no sítio. Quero dar o meu melhor e crescer dia após dia. Acho que vai ser difícil, mas quero fazê-lo. Quero melhorar ainda mais o meu futebol para poder fazer aquelas jogadas que só eu sei fazer”, disse o extremo de 28 anos.
“Fiquei de fora da seleção do Japão, se precisarem de mim estarei disponível. Como só há uma chamada antes do Mundial, a possibilidade é bem baixa. Costumava pensar que definitivamente seria selecionado, mas agora não me importo se não for”, acrescentou.
Após ter recusado treinar no FC Porto, Nakajima acabou por nunca mais vestir a camisola dos ‘dragões’. O jogador foi depois cedido ao Al Ain, dos Emirados Árabes Unidos, onde sofreu uma grave lesão que o afastou durante vários meses dos relvados.
Na temporada passada, o japonês esteve emprestado ao Portimonense, marcando dois golos e fazendo quatro assistências em 25 partidas. Nakajima tem contrato com o FC Porto até 2024.
