Cientistas editaram geneticamente um milhão de anos de evolução no ADN de um rato

Uma equipa de cientistas recorreu a uma nova técnica para editar geneticamente um milhão de anos de evolução no ADN de um rato.

Alterar o número de cromossomas de um animal pode demorar milhões de gerações para acontecer na natureza ao longo da evolução. No entanto, cientistas conseguiram agora fazê-lo, relativamente, num piscar de olhos.

Uma equipa de investigadores utilizou uma nova técnica que recorre a células estaminais e edição de genes para alter o ADN de um rato de laboratório. As células estaminais embrionárias não-fertilizadas são normalmente o melhor ponto de partida para mexer no ADN.

“A impressão genómica é frequentemente perdida, o que significa que a informação sobre quais genes devem estar ativos desaparece nas células estaminais embrionárias haploides, limitando a sua pluripotência e engenharia genética”, diz o biólogo Li-Bin Wang, da Academia Chinesa de Ciências, num comunicado citado pela EurekAlert.

“Descobrimos recentemente que, ao excluir três regiões impressas, poderíamos estabelecer um padrão de impressão estável semelhante ao esperma nas células”, acrescentou.

Os investigadores fundiram dois cromossomas de tamanho médio e dois cromossomas maiores em duas orientações diferentes, resultando em três arranjos distintos. A fusão dos cromossomas médios foi a mais bem sucedida em termos de transmissão do código genético, embora a reprodução tenha sido mais lenta que o normal.

Uma das fusões com cromossomas maiores não produziu crias, enquanto a outra produziu crias mais lentas, maiores e mais ansiosas do que as da fusão de cromossomas médios.

Os roedores têm 3,2 a 3,5 rearranjos de cromossomas por milhão de anos. Embora as edições genéticas feitas em laboratório tenham sido numa escala relativamente pequena, os sinais são de que podem ter alguns efeitos dramáticos nos animais envolvidos.

“Demonstramos experimentalmente que o evento de rearranjo cromossómico é a força motriz por trás da evolução das espécies e importante para o isolamento reprodutivo, fornecendo uma rota potencial para a engenharia de ADN de larga escala em mamíferos”, sublinhou Li.

Os resultados do estudo foram recentemente publicados na revista Science.

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