Dados mais recentes indicam que o MPLA tem 52% dos votos, com quase 43% para a UNITA. Actas originaram dois episódios de violência.
Os primeiros números oficiais das eleições gerais em Angola apontam para a manutenção do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) no poder.
De acordo com os números desta manhã da Comissão Nacional Eleitoral, e após o escrutínio de 86% dos votos, o MPLA consegue 52,08% dos votos.
O partido do Governo fica à frente da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que tem 42,98% das preferências.
Muito mais atrás, como se esperava, ficam PRS (1,18%), FNLA (1,07%) e PHA (1,02%), os únicos com mais de 1% de votos.
Já de madrugada o porta-voz da Comissão Nacional Eleitoral tinha anunciado que o MPLA estava claramente à frente na contagem (quase o dobro dos votos), quando estava contabilizado cerca de um terço, na altura.
Mas a UNITA não acredita nestes números da Comissão Nacional Eleitoral: “Há indicadores claros e inequívocos de vantagem da UNITA. Os nossos centros de escrutínio dão claros indicadores provisórios de tendência de vitória da UNITA em todas as províncias do nosso país”, assegurou Abel Chivukuvuku, da UNITA.
Na capital Luanda, ainda de acordo com Abel Chivukuvuku, o MPLA conseguiu a maioria dos votos em apenas em um município – são nove, no total. E os números divulgados horas depois mostram que a UNITA reúne 63% dos votos na capital, contra 33% do MPLA.
Os números são bem distintos mas Chivukuvuku não quer guerras: “O processo tem de ser pacífico. Somos todos angolanos, somos todos atores da história de Angola, temos todos interesse que tudo corra bem”.
O MPLA reagiu, através do vice-presidente parlamentar João Pinto. Os litígios seguem para tribunais: “Devemos todos esperar os resultados definitivos da CNE e a litigância ou o litígio faz-se nos tribunais. Vamos aguardar serenamente os resultados, como já tem sido tradição em Angola”.
Delegados detidos
Em Canacassala, município do Nambuangongo (província do Bengo), seis delegados da UNITA tinham actas adulteradas e foram detidos na noite passada.
As detenções foram reveladas pela agência ANGOP e foram confirmadas pela UNITA; mas o partido desmente a existência de atas falsas – eram documentos utilizados na formação eleitoral dos delegados, semelhantes aos documentos reais.
A UNITA tentou libertar os seis delegados mas as autoridades no Bengo mantiveram os responsáveis detidos.
Confrontos em Lisboa
O Consulado Geral de Angola, em Alcântara, foi local de votação de angolanos residentes em Portugal e foi também local de confrontos.
Um autocarro que transportava funcionários da embaixada angolana foi atingido com pedras atiradas por eleitores.
Os angolanos acusavam os membros do MPLA de fugirem com votos e de não publicarem as actas com os resultados, explica a SIC Notícias.
Depois disso, registaram-se confrontos entre eleitores angolanos e as autoridades presentes no local. Um polícia ficou ferido e várias viaturas foram danificadas.
Tirem essa porcaria do MPLA do poder. Quase meio século no poder e o povo a sofrer como um terceiro mundo. E um país de petróleo! Chega de ladroagem e miséria.