A entreajuda é fundamental na sociedade. A chave para aumentarmos a nossa disponibilidade para tal pode estar no sono. Segundo um novo estudo, as pessoas que dormem menos têm uma menor probabilidade de ajudar os outros, quer se trate de uma noite de privação de sono ou apenas uma hora perdida.
De acordo com o estudo, publicado recentemente na PLOS Biology e realizado por investigadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos (EUA), este comportamento está associado a uma atividade reduzida na zona cognitiva responsável pelos comportamentos sociais.
Para chegarem a esta conclusão, realizaram três diferentes experiências, que envolviam questionários preenchidos após noites de sono normal e outras de privação de sono; medição da atividade cerebral através de ressonância magnética e uma análise às doações feitas nas semanas anteriores e posteriores à mudança de hora.
As ressonâncias magnéticas mostraram que a privação de sono diminuiu a atividade na zona cerebral associada à cognição social. Essa diminuição está associada a um menor desejo de ajudar os outros nas duas primeiras experiências. Foi também associada a uma menor ajuda monetária na terceira experiência, tendo sido registada uma quebra de 10% no montante das doações após a perda de uma hora de sono.
O estudo indica que atos altruístas, tais como os impulsos para ajudar as vítimas de catástrofes naturais ou de guerra, podem ser dificultados devido a reduções no sono. Por outro lado, pedir ajuda às pessoas ou pedir doações quando estas dormem a quantidade de tempo adequada pode ser mais eficaz.
“A ajuda é uma característica central e fundamental da humanidade. Esta nova investigação demonstra que a falta de sono degrada o próprio tecido da sociedade humana. Como funcionamos como espécie social – e somos uma espécie social – [a ajuda] está profundamente dependente da quantidade” de horas que estamos a dormir, disse Matthew Walker, citado pelo Eurek Alert!.