A covid-19 foi culpada por 70% do excesso de mortalidade, mas as ondas de calor também influenciaram os valores. Já morreram 17 pessoas afogadas nas praias, mais do que as 14 que perderam a vida em toda a época balnear de 2021.
Desde o início do ano até 16 de Agosto já morreram mais 8437 pessoas do que a média dos últimos cinco anos antes da pandemia até à mesma altura do ano, o que se traduz num aumento de 11% da mortalidade e mais 36 pessoas a morrer todos os dias. A covid-19, as ondas de calor e a falta de acompanhamento aos doentes crónicos são apontados como os principais fatores que explicam este aumento.
A covid-19 é a culpada por cerca de 70% destas mortes adicionais, não havendo dados sobre as causas dos restantes 30%. Os maiores de 85 anos foram as principais vítimas do excesso de mortalidade. Os períodos onde o excesso de mortalidade foi maior foram as primeiras duas semanas de junho e julho, quando o país passou pelas piores ondas de calor deste ano, revela o JN.
Os dados do Eurostat revelados ontem mostraram que Portugal teve uma taxa de excesso de mortalidade de 23,9%, em Junho, quase quatro vezes mais alta do que a média da União Europeia de 6,2%. Estes valores colocam Portugal no topo da lista.
Nos próximos dias prevê-se que tenhamos a sétima onda de calor deste ano, o que faz com que 2022 iguale o recorde de 2017. Antecipa-se também que Setembro seja quente e seco, o que pode levar a que a mortalidade volte a aumentar.
17 pessoas já morreram nas praias
Desde o início da época balnear até 17 de Agosto, 17 banhistas morreram afogados nas praias portuguesas. A maioria (12) perdeu a vida em praias que não tinham vigilância de nadadores-salvadores.
Estes números já ultrapassam as mortes registadas em toda a época balnear do ano passado, quando 14 pessoas perderam a vida afogadas nas praias. O Norte é a região mais afetada, com sete mortes, seguindo-se o Centro com seis e o Sul com quatro.
José Sousa Luís, porta-voz da Autoridade Marítima Nacional (AMN), explica ao JN que o aumento se pode explicar “pelo fim das medidas sanitárias, o aumento do turismo estrangeiro e a procura por zonas não vigiadas, onde a assistência a banhistas em apuros não existe”.