Quatro membros da máfia siciliana foram condenados a penas entre os 12 anos e prisão perpétua pelo seu papel no assassínio em 1992 do juiz Giovanni Falcone, símbolo da luta contra o crime organizado em Itália.
A justiça determinou, 22 anos depois, que os quatro condenados forneceram parte dos 500 quilos de explosivos utilizados para fazer explodir o automóvel que matou o juiz Giovanni Falcone, a mulher e três guarda-costas, perto de Palermo, na Sicília.
Gaspare Spatuzza obteve uma redução da pena para 12 anos de prisão por ter colaborado com a polícia na obtenção de provas que permitiram as restantes condenações.
Giuseppe Barranca e Cristoforo Canella foram condenados a penas de prisão perpétua e Cosimo D’Amato a 30 anos de prisão.
Numa das sessões do julgamento, Spatuzza disse que enquanto membro da Cosa Nostra (máfia siciliana), foi responsável por mais de 40 mortes.
Atualmente a cumprir uma pena de prisão perpétua por seis ataques à bomba cometidos em 1992 e 1993, Spatuzza pode contudo vir a ser libertado ao abrigo do regime italiano de redução de penas.
Dois meses depois de Falcone ter sido assassinado, outro juiz anti-máfia, Paolo Borsellino, foi morto num atentado semelhante.
Os dois casos chocaram a Itália. Falcone e Borsellino foram posteriormente elevados a heróis da luta contra o crime organizado.
O Aeroporto Internacional de Palermo, perto da estrada onde foram ambos assassinados, foi re-baptizado Aeroporto Falcone-Borsellino.
Os dois assassínios foram ordenados por Salvatore “Totó” Riina, o chefe máximo da Cosa Nostra, capturado um ano depois.
Atualmente com 84 anos, o capo, conhecido como “a besta” cumpre várias penas perpétuas numa prisão de segurança máxima.
/Lusa