Diretores das escolas tinham apelado à não realização das provas por entenderem que os esforços feitos foram insuficientes para permitir a recuperação das aprendizagens expectáveis e desejáveis.
Apesar de as provas não contarem para a nota final, o seu resultado não deixa de servir de alerta para professores e restantes responsáveis educativos: quase quatro mil alunos do 9.º ano de escolaridade tiveram entre 0 e 0,5% na prova de final de ciclo de matemática, cuja média nacional foi de 45% numa escala que vai até aos 100. Trata-se de uma descida significativa face ao resultado de 2019, o último ano em que a prova se realizou, quando a média foi de 55%.
Estes números estão em linha com os resultantes da prova de Português, que desceu de 60% para 55%. Nesta disciplina, 33.968 alunos tiveram classificação negativa (38% do total) — uma proporção que na Matemática sobe para 57,7%, avança o Público, citando um comunicado do Ministério da Educação.
De acordo com o organismo, os exames “assumem especial importância na medida em que têm como objetivo primo informar e sustentar intervenções pedagógicas, permitindo reajustar estratégias que conduzam à melhoria da qualidade das aprendizagens”.
Por outras palavras, os exames assumem-se como um instrumento de aferição do estado das aprendizagens, após um intervalo de dois anos em que o normal curso das atividades letivas foi interrompido por largos períodos. Paralelamente, também permite aos responsáveis da área da educação fazer um plano de recuperação das aprendizagens que começou a ser aplicado no ano letivo passado.
Tal como destaca ainda o jornal Público, no que respeita às classificações a Matemática, o grupo mais representado é o dos 20%, com 8368 resultados. Também aqui a prova de Português volta a estar melhor, já que o grupo mais representado (10370) está nos 50%, mas só 6% dos alunos conseguiu classificações entre os 85 e os 100%.
Contrariamente, a proporção de alunos com as classificações mais altas surge na Matemática, com 10,3%.
Os resultados obtidos não surpreendem, por exemplo, os diretores das escolas que, através do Conselho das Escolas, órgão que os representa, já tinha alertado para a possibilidade destes resultados e apelado para a não realização das provas este ano.
Num comunicado emitido em fevereiro, antes de se saber que os exames não iam contar para a nota final, o CE afirmou ser “inegável” que os esforços feitos pelas autoridades educativas foram “insuficientes para permitir, neste momento, a recuperação das aprendizagens expectáveis e desejáveis, não se tendo conseguido recolocar as condições mínimas para garantir a igualdade de oportunidades e a equidade no processo educativo“.
E a educação segue a saúde, a justiça, a segurança (ou falta dela), os transportes e por aí fora. Tudo nivelado muito por baixo.
Deixo apenas uma questão: para que serve mesmo o dinheiro dos nossos impostos?!