O novo chefe executivo de Hong Kong, John Lee, gastou cerca de 1,1 milhões de dólares (aproximadamente um milhão de euros) durante a campanha eleitoral, na qual era o único candidato, de acordo com a informação contida em arquivos oficiais, divulgada na segunda-feira.
Lee terá aplicado esse valor em publicidade, reuniões, aluguer de escritórios, segurança e transporte. Ao todo, terá recebido à volta de 1,4 milhões de dólares (cerca de 1,1 milhões de euros) em doações. Os fundos não utilizados foram doados à Community Chest of Hong Kong, uma instituição de caridade, avançou o Guardian.
A campanha do antigo agente da polícia nos meios de comunicação social incluía publicações no Facebook e no Instagram, com imagens de desenhos animados e citações, nas quais detalhava as suas propostas políticas.
Segundo noticiaram os jornais locais, as doações foram feitas em dinheiro por 59 grupos empresariais e comunitários pró-Pequim. Lee terá adquirido três máquinas para contar o dinheiro e um cofre para guardá-lo.
Os gastos de Lee em anúncios nos meios de comunicação social foram seis vezes superiores ao da campanha da anterior chefe do executivo, Carrie Lam, em 2017. Esta gastou cerca de 300 mil dólares no Facebook durante a campanha, que contava com dois outros candidatos nomeados.
Ao abrigo da lei eleitoral de Hong Kong, o montante máximo de despesas que um candidato a chefe executivo pode incorrer durante uma campanha é de 17,6 milhões de dólares (cerca de 16,9 milhões de euros).
Em meados de 2021, Pequim reformulou os processos eleitorais de Hong Kong. No âmbito desse novo sistema, uma comissão com 1.500 pessoas – na sua maioria pró-Pequim -, escolhem o líder da cidade nas eleições em círculo fechado, na qual participam candidatos aprovados pelas autoridades centrais.
Lee foi empossado como chefe executivo de Hong Kong na sexta-feira passada pelo Presidente chinês, Xi Jinping. Tal como Lam, integra o grupo de 11 funcionários de Hong Kong e chineses sancionados pelos Estados Unidos, em 2020, por “minar a autonomia de Hong Kong e restringir a liberdade de expressão ou de reunião”.