Hong Kong aprova lei que reduz o poder de eleitores e aumenta a influência de Pequim

VOA / Wikimedia

A chefe do Governo de Hong Kong, Carrie Lam

Hong Kong aprovou na quinta-feira uma lei que reduz drasticamente a capacidade de voto da população e aumenta o número de legisladores pró-Pequim.

Segundo avançou esta quinta-feira a Time, esta nova lei autoriza o departamento de segurança nacional de Hong Kong a verificar os antecedentes de potenciais candidatos a cargos públicos e a criar um novo comité para garantir que estes sejam “patrióticos”.

O número de assentos no Parlamento de Hong Kong será ampliado para 90, com 40 destes a serem escolhidos por um comité pró-Pequim. O número de legisladores eleitos diretamente pela população de Hong Kong será reduzido para 20, em relação aos 35 eleitos anteriormente. A proposta encontrou pouca oposição.

O projeto de lei foi elogiado durante um debate que ocorreu na quarta e quinta-feira, com os legisladores a afirmar que esta reforma impediria aqueles que não são leais a Hong Kong de concorrer a cargos.

Esta alteração ocorre num momento em que Pequim aperta ainda mais o controle sobre Hong Kong, após meses de protestos antigovernamentais e conflitos políticos em 2019, com as autoridades a prender e a acusar a maioria dos defensores pró-democracia, como o líder estudantil Joshua Wong e o magnata da media Jimmy Lai.

Uma emenda aprovada pela parlamento de Hong Kong no início de maio determina que os mais de 400 deputados – que lidam principalmente com questões locais – jurem lealdade a Hong Kong e defendam a sua constituição. Este juramento era anteriormente exigido apenas de legisladores e funcionários do governo, como o chefe do Executivo.

Taísa Pagno //

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