Cientistas descobrem o maior nenúfar do mundo. Tem 3,2 metros de largura e pode suportar um humano de 80kg

 

A nova espécie, chamada Victoria boliviana, é apenas a terceira espécie conhecida de lírio de água gigante.

Uma espécie de lírio de água recentemente encontrada foi considerada a maior do mundo, depois dos investigadores estimarem que a sua almofada (parte superior) mede aproximadamente 3,2 metros de largura, ao passo que as suas flores são até maiores do que uma cabeça humana.

Natalia Przelomska, investigadora ligada ao estudo da planta, sugere mesmo que “as almofadas de lírio podem até suportar o peso de uma criança pequena” Em teoria, as folhas maciças podem suportar o peso de um adulto de cerca de 80 quilos. “[Mas] penso que seria necessário colocar algum tipo de Ines Stuart-Davidson/Royal Botanic Gardens/Kew o seu peso na almofada”, diz Przelomska. No entanto, a equipa não testou a hipótese.

Em 2016, as instituições bolivianas Santa Cruz de La Sierra Botanic Garden e La Rinconada Gardens doaram uma coleção de sementes de lírios de água gigantes aos Jardins Kew, onde Natalia Przelomska trabalha. À medida que Carlos Magdalena – um horticultor de Kew e membro da equipa de investigação – germinava e cultivava as sementes, podia ver claramente as diferenças entre as duas espécies conhecidas de nenúfar. Em 2019, o investigador visitou a Bolívia para ver os lírios de água a crescerem na natureza.

A V. boliviana [nome científico da planta] cresce em rios de água doce, planícies aluviais e lagos no nordeste da Bolívia. Embora não seja claro exatamente por que razão evoluiu para ser tão grande, estudos anteriores sugerem que o grande tamanho dos lírios de água pode ajudá-los a competir com outras plantas pela luz solar.

“A biodiversidade nos trópicos é tão elevada que quando uma área aquática se abre – por exemplo, porque os rios de repente se tornam maiores devido a uma inundação – os nenúfares podem prosperar lá porque crescem muito rapidamente e captam muita da luz solar e superam outras plantas”, diz Przelomska.

Como parte do novo trabalho, descobriram que estas eram ligeiramente maior do que o das espécies de lírios de água, Victoria cruziana, mas menor do que o de Victoria amazonica, já que contém mais de 4 mil milhões de pares de bases. “Geralmente, uma planta maior não teria necessariamente um genoma maior, mas os maiores lírios de água têm os maiores genomas [lírios] e gostaríamos de compreender porquê”, diz Przelomska.

Outras análises genéticas revelaram que o ancestral comum de V. cruziana e V. boliviana se separou de V. amazonica há cerca de 5 milhões de anos, enquanto que o ancestral comum de V. cruziana e V. boliviana existiu há cerca de 1 milhão de anos.

A equipa descobriu também que V. boliviana parece estar em maior risco de extinção do que as outras duas espécies, devido à menor área geográfica sobre a qual vive. Todas as três espécies estão sob ameaça crescente à medida que a desflorestação na Amazónia continua. “Tal como as outras espécies, a V. bolivana está ameaçada porque o ambiente tem sido danificado ano após ano”, diz Przelomska.

ZAP //

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