E se a água faltar nas torneiras? Seca extrema ameaça turismo no Algarve

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A seca extrema alastra-se pelo país, afetando 66% do território nacional. Com a chegada de turistas ao Algarve, a água pode faltar nas torneiras.

Desde fevereiro, o alívio das restrições da covid-19 em Portugal levaram a um aumento do número de turistas no Algarve. Este verão não será exceção e prevê-se uma ocupação das unidades hoteleiras a rondar os níveis pré-pandemia.

No entanto, esta recuperação do turismo pode estar comprometida, em certa parte, por uma ameaça inesperada: a seca extrema. A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) avisou que há menos 18,5% de água para gastar em comparação com aquilo que existia no mesmo período do ano passado.

Na semana passada, o Ministério do Ambiente anunciou que 34% do país se encontra em seca severa e 66% em seca extrema.

Confrontado com a possibilidade de faltar água nas torneiras, o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Hélder Martins, admite a necessidade de “campanhas de sensibilização” para evitar consumos excessivos.

Embora ainda não se adivinham cortes de água nos aldeamentos turísticos, escreve o Público, na agricultura já acontecem.

Os agricultores servidos pela barragem do Funcho/Arade estão com cortes de 50% no abastecimento das culturas não permanentes. O presidente da Associação de Regantes do Arade, João Garcia, diz que estão a ser regados cerca de 100 hectares dos arrozais. Por sua vez, os citrinos representam cerca de 98% da área total de rega, que soma 2.500 hectares.

Em Lagos, os agricultores, abastecidos pela barragem da Bravura, estão proibidos de regar. A água só está a ser utilizada para consumo doméstico.

“Estamos a viver um dos anos mais secos, desde 1930”, disse Pedro Coelho, na conferência do Dia da Europa. “Podemos estar muito próximos da linha vermelha”.

O dirigente da Associação In Loco, Artur Gregório, critica as recentes mudanças: “De uma cultura de racionalização do uso da água, como é próprio dos climas mediterrânicos, passou-se para uma ideia de que a água nasce nas torneiras”.

Os portugueses vão ter de se habituar a viver com menos água, alertou o ministro do Ambiente, que deixou também um aviso a investidores: o Governo “não tem qualquer tipo de limitação na aplicação de restrições” de consumo.

ZAP // Lusa

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5 Comments

  1. Água é o que não falta em Portugal, país litoral. É só criar centrais de dessalinização, que depois podem abastecer a agricultura, a industria e até a população. Podem repor os níveis nas albufeiras. Está a decorrer a conferência dos oceanos. Eles foram a riqueza do nosso passado e podem muito bem ser a riqueza do nosso futuro.

  2. Bom dia,
    Começo por dizer que os Municípios são uma das instituições que mais gastam ,apesar das campanhas de sensibilização que fazem não são um bom exemplo a gestão da água está completamente desajustada com a realidade, com os materiais sintéticos e ferramentas que existem no mercado nada justifica tanto gasto de água, acabar com a relva e ficar apenas o sistema gota a gota para as árvores que são o nosso segundo pulmão, não resolve o problema, mas os m3 a nível nacional poupados seriam muitos,isto para dizer que os exemplos têm que vir de cima,as campanhas de sensibilização com a nossa cultura infelizmente não surtem efeito.

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