SNS tem mais profissionais e é mais dispendioso — mas produtividade não aumentou

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Caroline Blumberg / EPA

Ao contrário das queixas, o número de profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS) aumentou nos últimos anos. A produtividade, por sua vez, não acompanhou a tendência de crescimento.

O Relatório da Primavera concluiu que o número de profissionais no SNS aumentou, mas que isso não se traduziu num crescimento da produtividade. Esta disparidade é justificada pela disrupção das equipas, o aumento do absentismo e a concorrência do setor privado.

Numa altura em que a falta de médicos tem levado ao fecho de urgências de várias especialidades em diferentes hospitais do país, os resultados deste relatório ganham uma maior importância.

O relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde, citado pelo Público, detalha um aumento de mais de 30 mil profissionais de saúde entre março de 2016 e março de 2022. Ainda assim, surgem queixas de várias frentes de que falta profissionais no terreno.

Julian Perelman, professor da Escola Nacional de Saúde Pública, dividiu o número de serviços prestados pelo total de profissionais do SNS, de forma a calcular a produtividade.

O coautor do relatório realça que a interpretação dos valores “deve ser cautelosa”, mas refere uma “diminuição da produtividade” e um “aumento contínuo do custo médio”.

Quanto à “disrupção das equipas”, Perelman destaca a passagem das 40 para as 35 horas semanais obrigou à contratação de novos profissionais, não sendo possível esperar “que todas as atividades possam continuar ao mesmo ritmo e com a mesma qualidade, como se nada tivesse acontecido”.

O “absentismo” aumentou, passando de 11,2% para 12,4% entre 2015 e 2019, sendo que na pandemia chegou a mais de 20%.

A “concorrência do setor privado”, causada pelas condições menos satisfatórias do setor público e o maior desenvolvimento do privado, também justificam a disparidade.

A formação de mais médicos é uma das medidas que foi anunciada por Marta Temido face ao encerramento de urgências obstétricas.

Um processo que o Governo pretende promover em articulação com a Ordem dos Médicos (OM), mas se for necessário, o Executivo de António Costa estará disposto a abrir um conflito.

O parecer da OM é fundamental para aumentar a capacidade formativa de profissionais. O aumento da capacidade de formação de médicos do país tem dividido o Governo e a Ordem dos Médicos há vários anos.

ZAP //

5 Comments

  1. Como pagam miseravelmente aos profissionais de saúde, para os que ficam: para pouco dinheiro pouco trabalho. Assim vai este SNS caduco.

  2. O problema de Portugal sempre foi e será Gestão e justiça.
    Enquanto não houver mudanças relativamente a gestão dos organismos públicos ou seja deixar de haver gestores e chefias ligados ao partido mas sim escolhidos por competência nada mudará.
    Enquanto a justiça não for célere e com leis objetivas para erradicação da corrupção nada mudará.
    Quando estes dois pontos mudarem para melhor depressa a produtividade aumentará.

  3. vejo quem está a fazer comentarios deve ser do estado, quem trabalha para o estado deveria ter vergonha, só querem bem bom mas trabalhar isso nem pensar, ganhar sem fazer algo isso é fazer pouco com quem trabalha no privado, 40 horas como os outros isso sim devia ser, ganhar como o privado o mesmo e horas o mesmo que o privado, quem trabalha para o estado deveria ter vergonha, quando vou as urgencias do hospital de braga a noite, entre as 19 até as 23 ou um pouco mais horas não se vê qualquer medico ou infermeiros, só se vê os ossiliares, como podem ter 4 ou mais horas de jantar? porque tem que ir todos ao mesmo tempo jantar? e depois reclamar e reclamar, os foncionarios do estados só são mamões e mais nada, e marcar presença sem estar la e depois querem mamar mais? vão trabalhar seus ipocritas e falços

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