A pintora Paula Rego, uma das mais aclamadas e premiadas artistas portuguesas a nível internacional, morreu nesta quarta-feira de manhã em Londres, aos 87 anos de idade, confirma à agência Lusa fonte próxima da família.
De acordo com o galerista Rui Brito, a artista “morreu calmamente em casa, junto dos filhos”.
A galerista britânica Victoria Miro também se pronunciou sobre a morte da artista, falando em “imensa tristeza”. “Ela morreu pacificamente, esta manhã, depois de uma curta doença“, refere no seu perfil do Twitter.
It is with immense sadness that we announce the death of the Portuguese-born, British artist Dame Paula Rego at the age of 87. She died peacefully this morning, after a short illness, at home in North London, surrounded by her family. Our heartfelt thoughts are with them. pic.twitter.com/hFXdIZeTtb
— Victoria Miro (@victoriamiro) June 8, 2022
Paula Rego estudou nos anos 1960 na Slade School of Art, em Londres, onde se radicou definitivamente a partir da década de 1970, mas com visitas regulares a Portugal, onde, em 2009, foi inaugurado um museu que acolhe parte da sua obra, a Casa das Histórias, em Cascais.
A pintora portuguesa, radicada em Londres, foi descrita como “uma das vozes mais influentes do panorama artístico internacional”. Começou a desenhar ainda criança e partiu para a capital britânica com apenas 17 anos para estudar na Slade School of Fine Art.
Em Londres conheceu o marido, o artista inglês Victor Willing, falecido em 1988, cuja obra Paula Rego já mostrou por várias vezes no museu Casa das Histórias, em Cascais, que detém um importante acervo de obras da autora.
Nascida a 26 de janeiro de 1935, em Lisboa, foi galardoada, entre outros, com o Prémio Turner em 1989, e o Grande Prémio Amadeo de Souza-Cardoso em 2013, além de ter sido distinguida com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada em 2004.
Em 2010, recebeu da Rainha Isabel II a Ordem do Império Britânico com o grau de Oficial, pela sua contribuição para as artes.
Em 2019, recebeu a Medalha de Mérito Cultural do Governo de Portugal.
Nas últimas décadas, a pintora tem abordado temas políticos, como o abuso de poder, e sociais, como o aborto, entre outros do universo feminino. Chegou a confessar ter feito vários abortos quando jovem e tem várias obras sobre a temática.
Paula Rego está representada em várias das mais importantes coleções públicas europeias e em prestigiadas exposições em museus e em espaços expositivos de todo o mundo.
ZAP // Lusa
Pessoas como a Paula Rego não deviam morrer nunca… Hoje estou particularmente triste.
Uma boa pintura. Estudei algumas das suas pinturas numa unidade curricular interessante, é sempre bom aprender com a boa arte! Os génios são sempre imortais!