Esta foi a primeira visita de Zelenskyy à segunda maior cidade da Ucrânia e a primeira vez que saiu da região de Kiev desde o início do conflito com a Rússia. O Presidente demitiu o chefe de segurança por considerar que este não estava a defender devidamente a região.
Volodymyr Zelenskyy esteve ontem a apenas 40 quilómetros da fronteira com a Rússia, numa visita oficial a Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia. O Presidente ucraniano esteve na zona leste, onde as tropas de Kiev estão a preparar a ofensiva em Kherson.
“Nesta guerra, os ocupantes estão a tentar arrancar pelo menos algum resultado. Mas deviam ter percebido há muito tempo que vamos defender a nossa terra até ao último homem. Eles não têm hipótese. Vamos lutar e vamos definitivamente ganhar”, escreveu o chefe de Estado ucraniano no Facebook.
Zelenskyy também anunciou que afastou o chefe dos serviços de segurança da região e acusou-o de não se esforçar para proteger Kharkiv das tropas russas.
“Vim, vi e demiti o chefe dos serviços de segurança da região [de Kharkiv], porque ele não trabalhava na defesa da cidade desde os primeiros dias desta guerra, mas só pensava em si mesmo“, afirmou.
O presidente Zelensky fez o anúncio na sua habitual mensagem de vídeo diária desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro, e após a primeira visita ao leste do país. Durante a passagem por Kharkiv, o Presidente também homenageou os militares ucranianos e entregou algumas medalhas.
“Arriscam a vossa vida por todos nós e pelo nosso país. Quero agradecer a cada um de vós pelo vosso serviço”, referiu Zelenskyy, segundo a nota do seu gabinete.
Kharkiv foi um dos alvos iniciais da ofensiva de Moscovo devido à sua proximidade com a fronteira. Os ucranianos conseguiram empurrar as forças russas de volta para o seu lado da fronteira a 13 de Maio, mas o ataque continua a causar mortes e ferimentos entre os civis.
Na sua mensagem e vídeo diária, Zelenskyy confessou que “a situação é muito difícil”. “Há 2229 casas destruídas em Kharkiv e em toda a região. Vamos restaurá-las, reconstrui-las e trazê-las de volta à vida. Em Kharkiv e em todas as outras cidades e vilas onde o mal veio”, prometeu.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de quatro mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de oito milhões de pessoas, das quais mais de 6,6 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
ZAP // Lusa
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