Depois da sangria que arrasou as criptomoedas na última semana, já se fala de um “Cripto crash” com investidores alarmados a perderem milhares de euros. E, nesta altura, ninguém sabe muito bem onde este fenómeno vai parar, nem se vai afectar a economia global.
A incerteza económica motivada pela guerra na Ucrânia, mas também o regresso dos confinamentos na China por causa da pandemia de covid-19, gerou o tumulto nos mercados dos criptoativos.
Os investidores perderam mais de 1,2 mil milhões de dólares em liquidações, segundo o site de análise de dados CoinGlass citado pelo Decrypt. Segundo estas fontes, “mais de mil milhões de dólares em todos os criptoactivos foram eliminados apenas a 8 de Maio” passado, o que é “o maior valor em mais de três meses”, como apontam.
Actualmente, “o valor de mercado combinado de todas as criptomoedas é de 1,12 triliões de dólares”, ou seja, “cerca de um terço do valor de Novembro, com mais de 35% das perdas a chegarem nesta semana”, como nota a BBC.
“Pânico” e muita incerteza
Uma Bitcoin vale, agora, cerca de 27 mil dólares, “o valor mais baixo desde Dezembro de 2020”, quando no final do ano passado, valia 70 mil dólares, ainda segundo a BBC.
A Ethereum perdeu cerca de 20% do seu valor em apenas 24 horas. E a Terra Luna perdeu quase 100% do seu valor em apenas dois dias, caindo de um máximo de 118 dólares para apenas 0,11 dólares
Esta queda afectou inclusive um activo associado e que é considerado estável, a TerraUSD que caiu de 41 mil milhões de dólares para apenas 6,6 milhões, segundo dados do The Guardian. Trata-se da “maior destruição de riqueza num único projecto da história das criptomoedas”, segundo o executivo da consultora CryptoCompare, Charles Hayter, citado pelo jornal inglês.
“O colapso da TerraUSD deu início ao que costumávamos chamar de “pânicos” quando grandes instituições financeiras vendem grandes porções de activos e todos os outros tentam sacar o seu dinheiro o mais rápido possível“, analisa o economista Frances Coppola na BBC.
E é precisamente “pânico o que está a acontecer” com as criptomoedas, acrescenta Coppola. Muitos investidores assustados venderam os seus criptoactivos, o que levou a uma desvalorização de entre 15% a 25% do valor da maioria das principais criptomoedas.
Numa medida sem precedentes, para tentar estancar esta sangria, a Terraform Labs, a empresa que gere a TerraUSD e a Terra Luna, interrompeu as negociações destes activos, na semana passada, anunciando que vai elaborar “um plano para reconstituí-la“. É uma medida de controle de danos.
O fundador da Terraform Labs, Do Kwon, assumiu no Twitter que estamos perante “uma crise”, mas deixou a esperança de que a empresa está a trabalhar para “sair disto”.
“Cripto crash” pode contaminar a economia global?
Entretanto, há receios de que possa haver contágio a outros mercados, contribuindo para uma crise económica mais alargada e permanente.
Neste momento, ninguém sabe muito bem o que vai acontecer a seguir. “Acreditamos que levará tempo para que a volatilidade do mercado no ecossistema diminua – nas próximas semanas, descobriremos o verdadeiro custo desta queda“, nota Hayter em declarações divulgadas pelo The Guardian.
O especialista Nikolaos Panigirtzoglou do Banco de Investimentos JP Morgan fala da possibilidade de o “crash” dos criptoactivos atingir a economia global, dando o exemplo da Tether, cujas garantias incluem papel comercial, ou seja, uma forma de dívida de curto prazo utilizada pelas empresas para cobrirem despesas, como os salários mensais.
“Será um problema para os mercados de crédito se muito papel comercial for vendido num curto espaço de tempo”, avisa Panigirtzoglou.
“Investidores de criptomoedas que perderam muito dinheiro e que também investiram em mercados de acções podem decidir reduzir o risco, retirando o seu dinheiro das acções“, alerta ainda Panigirtzoglou.
Contudo, estaremos longe de um cenário como o que despoletou a crise financeira de 2008, até porque as criptomoedas não têm o peso económico que o crédito à habitação tem na vida das pessoas, e na própria economia.
Mas é certo que este momento requer a atenção dos reguladores, como realça o economista-chefe internacional do Banco ING em Nova Iorque, James Knightley, em declarações ao The Guardian.
“Pode não ser particularmente importante sistemicamente agora, mas se os mercados de criptomoedas se recuperarem e crescerem fortemente nos próximos anos e, em seguida, tivermos um segundo colapso quando já forem sistemicamente importantes, os reguladores não se poderão perdoar”, alerta Knightley.
O risco será tanto maior quanto mais os Bancos se envolverem no negócio dos criptoactivos.
Parece que este mercado das criptomoedas é muito arriscado para investidores………………………..andavam aí uns aflitos a defender as cripto………
como se vê que não sabes nada do mercado de cripto moedas.
Diz ai qual o investimento em que meteste 3 mil euros em janeiro de 2019 e agora tenhas 27 mil euros (ou 10 mil em janeiro 2020)
Esta quebra esta bastante longe da quebra do BES e outros investimentos de maior risco e ainda assim esses eram regulados !
E os que “entraram” na jogada apenas em Novembro de 2021, Paulo?!
Depois não vão bater ao Estado para chorar as perdas…
mas chorar ao estado por que ?
Se o Estado até nem quer nos compremos bitcoin !!!
Quando o estado começar a tributar os ganhos no bitcoin, ai eu vou pedir compensação nas percas, até la, ganho ou perco, mas faço por minha conta e risco.
Quem entrou em Novembro de 2021, deveria perceber no que se esta a meter antes de se meter só porque ouviu dizer que alguém ficou milionário … quem é assim tão ganancioso por dinheiro fácil e sem esforço, só tem o que merece.
Eu invisto em bitcoin desde á muitos anos, faço e recebo pagamentos em bitcoins e tenho carteiras físicas, li e aprendi antes de fazer grandes investimentos.
Sabias que a cripto moeda não foi criada para investimento mas sim com o objectivo de te desvincular da banca, sem que um monopólio possa definir o valor com base em interesses individualistas?
Hoje o valor da moeda é definido como tudo deveria ser, com base na sua importância, quanto estás disposto a pagar e quanto estou disposto a vender.
Não perde valor internacional porque um governo decide imprimir mais moeda, nem ganha quando se retira moeda de circulação, o bitcoin é gerado com base em algoritmos, públicos e passíveis de ser verificados por qualquer um, quer seja um matemático ou padeiro.
Essa mania de se aproveitarem das situações quando corre bem mas de se fazerem vitimas quando corre mal é o que mais me chateia na sociedade portuguesa.
Muito bem … Uma completa e estúpida perda de energia a “minar” criptomoedas. Se não está na vossa posse então é como se nunca o tivessem tido.
Querem um bom investimento para um futuro próximo? Não sou nenhum guru mas aqui deixo a dica: Chumbo e meios de propulsão para o mesmo!
Ganância e jogadas sujas, num mundo onde tudo parece valer depois venham gritar que estão falidos!
Não consigo entender o pânico, apenas a necessidade de criar o pânico pelos aflitos e defensores de uma moeda regulada, até porque quando os bancos caiem não existem perdas nem ninguém a ficar na miséria !!!!
O Bitcoin é um mercado aberto e tem o mesmo risco que as aplicações financeiras mas bastante mais difícil (não impossível) de especular do que os activos num banco. (Nunca foi anunciado como seguro, ao invés dos bancos).
O valor do bitcoin tem estado estável nos 33 mil euros, esta quebra não tem nada de surpreendente, com a necessidade de muitos russos em liquidar recursos por via das restrições, a venda fez o valor baixar, a instabilidade dos mercados ajudou ao resto.
Nada de especial, já aconteceu antes por varias vezes, e por varias vezes o anúncio do “crash” resultou em nada.
Na realidade é esperado que ainda baixe um pouco mais, mas esta bastante longe dos valores de agosto 2019 em que o bitcoin estava a baixo de 10 mil euros (antes tinha estado a 15 mil euros)
Estamos sempre desejosos de dinheiro fácil e rápido. Para tal, estamos disponíveis para acreditar em qualquer coisa, Ponci, Amway, Bitcoin, seja o que for.