Moderna garante que nova vacina “bivalente” protege melhor e durante mais tempo

Gary Coronado / EPA

A empresa farmacêutica Moderna anunciou uma nova versão da vacina contra a covid-19, com uma proteção mais forte e duradoura — contra todas as variantes do vírus — do que a vacina original.

Um novo estudo que testou a vacina mostra que protege tanto a estirpe original do vírus, como a variante Beta. A vacina “bivalente” parece produzir níveis elevados de anticorpos durante meses, capazes de neutralizar o vírus. Os resultados preliminares foram publicados a 15 de abril.

“Acreditamos que estes resultados validam a nossa estratégia bivalente”, admite Stéphane Bancel, diretor executivo principal da Moderna, num comunicado de imprensa, de acordo com a NPR.

Bancel acrescentou que outra vacina bivalente que combina a estirpe original com a estirpe Ómicron “continua a ser a principal candidata” para uma campanha de vacinação de outono, destinada a proteger as pessoas contra um surto de Inverno.

Os resultados dos testes dessa versão da vacina devem já estar realizados no final da primavera, segundo a Moderna.

“Acreditamos que uma vacina de reforço bivalente, se autorizada, criaria um novo instrumento, enquanto continuamos a responder às variantes que vão surgindo”, sublinha Bancel. O estudo ainda não foi revisto por pares e teve reações variadas por parte de peritos externos.

“O estudo é uma ‘prova de princípio’ que apoia o conceito de uma vacina bivalente contra o mRNA”, sublinhou Nathaniel Landau, microbiologista da Universidade de Nova Iorque. Mas Landau concordou que uma versão específica de Ómicron seria provavelmente mais útil.

Jesse Goodman, antigo cientista da Food and Drug Administration, agora na Universidade de Georgetown, defende também que os resultados são encorajadores, mas notou que a abordagem precisava de ser confirmada com investigação adicional.

John Moore, imunologista da Weil Cornell Medicine, classificou os resultados como “não impressionantes”. “O que está aqui é pouco provável que apoie o lançamento deste tipo de vacina bivalente — os benefícios não justificariam a despesa e o incómodo”.

Celine Gounder, especialista em doenças infeciosas da Kaiser Health News, disse que o anúncio da empresa “parecia enganador”, porque comparou os anticorpos de apenas duas doses da vacina original com uma terceira dose da nova vacina.

Os investigadores estão a testar várias novas versões das vacinas Moderna e Pfizer para ver se conseguem uma proteção melhor para a variante Ómicron.

Os funcionários federais esperam ver resultados suficientes até ao final da primavera, para dar às empresas tempo suficiente de produzir vacinas para uma nova ronda de vacinação no outono, quando a imunidade das anteriores estiver a diminuir.

ZAP //

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