O novo McGregor? O controverso Paddy “The Baddy” Pimblett tomou de assalto a UFC

UFC

Paddy “The Baddy” Pimblett.

Paddy Pimblett ainda só combateu duas vezes na UFC, mas já é um dos nomes com maior mediatismo do desporto de combate. Há quem o compare a Conor McGregor.

Conor McGregor tinha apenas 24 anos quando se estreou na UFC. O irlandês, agora com mais nove anos em cima, começou como um completo desconhecido, mas rapidamente tornou-se um dos maiores lutadores de mixed martial arts (MMA) de todos os tempos.

Entre anúncios revertidos de se retirar do desporto — já o fez por três vezes nos últimos anos —, McGregor anda longe da ribalta. Depois da mítica derrota frente a Khabib Nurmagomedov, derrotou Donald Cerrone, antes de perder duas vezes consecutivas com Dustin Poirier.

Agora, há um novo lutador a entrar em cena que promete dar muitas alegrias aos adeptos de MMA. Paddy “The Baddy” Pimblett não só se tem destacado nos octógonos, como também fora deles.

Paddy é um scouser, o nome dado às pessoas oriundas de Liverpool e Merseyside. Não tem papas na língua e destaca-se pelo seu estilo extravagante. É logo aqui que começam as comparações com McGregor, que também ganhou popularidade pelo carisma que trazia consigo.

“The Baddy”, como é conhecido”, leva um registo de 18 vitórias e apenas três derrotas na sua carreira. Hábil na arte da submissão, o inglês estreou-se na UFC em setembro do ano passado, derrotando o brasileiro Luigi Vendramini logo no primeiro round.

O que é que eu te disse, Mike? Que eu e tu íamos estar a ter esta conversa depois do primeiro round acabar. E o que é que aconteceu?”, perguntou Paddy a Michael Bisping.

Este mês, no UFC 204, Rodrigo Vargas era o seu adversário. Paddy Pimblett não vacilou e conseguiu mais uma vitória no primeiro assalto, desta vez por submissão.

No fim do combate, o encontro com Bisping repetiu-se. Questionado sobre quem queria enfrentar no octógono, Pimblett respondeu: “Mark Zuckerberg”. Tudo porque a sua conta de Instagram já foi excluída por duas vezes.

“A natureza hipócrita do Instagram e do Facebook é simplesmente nojenta, e o que eles fazem também”, disse Pimblett.

“Isto mata-me. Mark Zuckerberg é um lagarto. Eu tenho que ser muito mais esperto nas minhas redes sociais, porque como você sabe, já me apagaram duas contas, e a segunda tinha 120.000 seguidores. Perdi tanto dinheiro e patrocínios nas últimas duas, três semanas”, acrescentou o lutador.

As suas contas foram eliminadas após insultar alguns utilizadores nos comentários de uma publicação.

“Estou farto de ti”, disse Pimblett, referindo-se a Zuckerberg. “Cansado de eliminares as minhas contas do Instagram quando tudo o que faço é ajudar instituições de caridade e ajudar pessoas com problemas de saúde mental“.

Os utilizadores que o lutador insultou tinham, por sua vez, feito comentários maldosos sobre uma criança com uma doença terminal.

“Hoje, sou provavelmente o maior nome do desporto”

“Provavelmente sou o maior nome do desporto”. disse recentemente Pimblett, em entrevista à ESPN. “Teve a Ronda Rousey, teve Conor McGregor e agora tem Paddy the Baddy”.

O próprio dono da UFC, Dana White, já salientou as semelhanças entre Paddy e Conor.

“As pessoas adoram-no. E agora Paddy tem que entrar, trabalhar e vencer as lutas”, disse Dana White à talkSPORT. “As pessoas adoram Conor e Conor veio aqui e fez o que se propôs a fazer. Se Paddy puder entrar aqui e vencer essas lutas, ele será uma grande estrela”.

Pimblett mostrou-se lisonjeado pelos elogios dirigidos pelo patrão da UFC, mas garante que vai conseguir superar o próprio Conor, que diz ser “a maior estrela que este desporto já viu”.

“Mas eu sei que vou ser maior do que ele porque vou trazer muito mais olhos para este desporto”, atirou.

No entanto, nem todos parecem concordar com todo o hype à volta de Paddy “The Baddy” Pimblett.

Em declarações no canal de YouTube ‘The Schmo”, Henry Cejudo, ex-campeão de peso-galo (61 kg) e peso-mosca (57 kg), disse que não entende o alarido à volta de lutadores como Pimblett e Sean O’Malley.

“Para mim, ambos ainda precisam de se provar. Acho que Sean tem mais talento, mas Paddy tem mais garra. Se ambos tivessem uma pequena mistura um do outro, essa seria a combinação perfeita. Estou a olhar para todos os ângulos. Podes entreter, mas sabes mesmo lutar?”, questionou Cejudo.

“Podes enfrentar os melhores, provar que estou errado numa luta onde eu acho que vais levar uma tareia. Quando eu vir isso, é quando realmente ganhas o meu respeito. Agora apenas os vejo como artistas”, acrescentou.

Lutador ou performer?

No seu último combate, disputado na O2 Arena, em Londres, Paddy foi a estrela do maior Fight Night da história da empresa — pelo menos, do ponto de vista comercial.

A UFC faturou 4,5 milhões de dólares em bilheteira, o maior registo de sempre da história do Fight Night. Para se ter uma ideia da dimensão deste valor, quando McGregor enfrentou Diego Brandão, em Dublin, na sua terra natal, a UFC fez 1,4 milhões de dólares em bilheteira.

Embora a arena de Londres tenha o dobro da capacidade da arena de Dublin, a verdade é que a receita conseguida na capital inglesa é mais de três vezes superior à conseguida na capital irlandesa. Importa também ter em conta que o scouser conseguiu isto com menos tempo de casa do que McGregor.

Não se sabe ao certo se a O2 Arena encheu para ver Pimblett, mas a verdade é que o inglês foi o mais aplaudido pelo público.

Ainda assim, apesar do dinheiro que “The Baddy” gerou à empresa, o seu cachê ainda é limitado. Fontes indicam que o lutador recebeu 12 mil dólares para lutar e outros 12 mil em caso de vitória. Este é o patamar mais baixo de pagamento da UFC, o que significa que Paddy Pimblett não poderia ter recebido menos do que isto.

“Paddy Pimblett está a ser ‘chulado'”, escreveu Jake Paul no Twitter após saber do pagamento de Pimblett. “Quem gere estes rapazes?”.

Francis Ngannou, um dos maiores nomes da atualidade na UFC, recebe um pagamento de 600 mil dólares — um valor 25 vezes superior àquele que Pimblett recebeu com a vitória. Caso o inglês tivesse perdido o combate, o fosso seria ainda maior.

Daniel Costa, ZAP //

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