Rússia concentra-se na “libertação” do Donbass. Biden não afasta o uso de armas nucleares

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Bart Maat / EPA

A Rússia considera que já alcançou os objetivos da primeira fase da “operação especial militar”. O próximo passo é “concentrar esforços em alcançar o objetivo principal, a libertação do Donbass”.

Esta sexta-feira, Sergey Rudskoy, um responsável do exército russo, disse que Moscovo vai concentrar os seus esforços na libertação de Donbass, depois de ter alcançado os objetivos da primeira fase da invasão.

Segundo o Diário de Notícias, a declaração parece ser uma admissão das dificuldades que a Rússia tem encontrado no terreno.

“As tarefas principais da primeira fase da operação estão completas”, disse o responsável. “O potencial de combate das Forças Armadas da Ucrânia foi reduzido significativamente, o que nos permite – enfatizo mais uma vez – concentrar os nossos esforços em alcançar o objetivo principal, a libertação do Donbass.

O Ministério da Defesa russo alega que os separatistas já controlam 93% da região de Lugansk e 54% de Donetsk (que juntas formam Donbass), além da criação de um corredor terrestre que permite ligar essa zona à Crimeia. Tal corredor implicaria, no entanto, o controlo total da cidade de Mariupol.

De acordo com as declarações de Rudskoy, Putin tinha duas opções para a operação militar: uma ação limitada no Donbass ou uma generalizada em todo o país. Optou pela segunda opção para impedir que as forças ucranianas pudessem concentrar os seus esforços no Donbass.

Biden poderá usar armas nucleares em “circunstâncias extremas”

O Telegraph avança que o Presidente norte-americano, Joe Biden, poderá usar armas nucleares em “circunstâncias extremas”, mesmo que a Rússia não as utilize primeiro.

A posição de Biden tem vindo a mudar, principalmente após as declarações do Kremlin que admite a utilização de armas nucleares caso a sua existência estiver em risco.

Os EUA permitem o uso de armas nucleares para a defesa no âmbito dos “interesses vitais” do país, “dos seus aliados e parceiros” e em resposta a “ataques estratégicos significativos que não sejam nucleares”. Segundo o Observador, Biden pode usar este tipo de armamento numa potencial ameaça de uso de armas biológicas, químicas e ciberataques.

A Rússia publicou uma doutrina sobre quando usar armas nucleares: caso o país seja atingido um míssil balístico, caso seja empregue uma arma nuclear por parte de um inimigo (independentemente que caia ou não em solo russo), ou qualquer ataque que ameace a existência da Rússia.

Este sábado, o Presidente dos Estados Unidos vai encontrar-se com os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Defesa da Ucrânia, Dmitro Kuleba e Oleksii Reznikov, respetivamente, durante a sua visita a Varsóvia.

A Casa Branca anunciou que Biden tem previsto “participar em parte de uma reunião” na capital polaca entre os ministros ucranianos e os secretários de Estado e de Defesa norte-americanos, Antony Blinken e Lloyd Austin, que estão a acompanhar o Presidente na sua viagem.

Biden deverá também encontrar-se com o Presidente polaco, Andrzej Duda, antes de visitar o estádio de futebol PGE Narodowy, que foi convertido num centro de refugiados para cuidar de alguns dos mais de 2,17 milhões de refugiados que fugiram da Ucrânia para a Polónia desde que a guerra começou.

“Operação humanitária” de evacuação de Mariupol

A França, a Turquia e a Grécia vão efetuar “uma operação humanitária” para evacuar “nos próximos dias” a cidade sitiada de Mariupol, no sul da Ucrânia, anunciou o Presidente francês, Emmanuel Macron, na sexta-feira.

“Vamos, em conjunto com a Turquia e a Grécia, lançar uma operação humanitária para retirar todas aquelas e aqueles que desejarem sair de Mariupol”, declarou no final de uma cimeira europeia em Bruxelas, precisando que terá uma reunião sobre esse assunto com o Presidente russo, Vladimir Putin, “dentro de 48 a 72 horas”.

“Espero poder envolver o maior número possível de intervenientes nesta operação”, prosseguiu o Presidente francês, assegurando que estará “em condições” de realizar essa evacuação “nos próximos dias”.

Macron afirmou que as “equipas do Eliseu” falaram hoje com o presidente da câmara de Mariupol, uma “cidade de mais de 400.000 habitantes que atualmente tem apenas 150.000” a viver “em circunstâncias dramáticas”. Mais de 2.000 civis foram mortos em Mariupol, segundo o mais recente balanço divulgado pela autarquia.

De acordo com o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, cerca de 100.000 pessoas estão ainda retidas na cidade portuária estratégica do mar de Azov que está cercada pelas tropas russas.

A ofensiva militar lançada na madrugada de 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de dez milhões de pessoas, mais de 3,7 milhões das quais para os países vizinhos, de acordo com os mais recentes dados da ONU – a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

ZAP // Lusa

11 Comments

  1. “Biden pode usar este tipo de armamento numa potencial ameaça de uso de armas biológicas, químicas e ciberataques”

    Eu li bem?
    Um ciberataque pode ser razão para o uso de armas nucleares?

  2. 2016 – Se o Trump for eleito ele vai começar a 3 guerra mundial e ter o dedo no gatilho das bombas atomicas
    2020 – Ahhh Biden ganhou.. os adultos estão de volta e paz no mundo
    2022-

  3. Bem, nesta altura penso que já ninguém tem dúvidas. Isto foi um desastre total para a Rússia de Putin. Estão a perder a guerra, milhares de mortos, sem dinheiro para repor o armamento perdido, sem dinheiro para alimentar o exército, rendições, soldados que matam os próprios comandantes… Enfim, uma desgraça total.
    Assim a ideia agora é: vamos dizer que os objetivos foram atingidos e vamos centrar-nos apenas no Donbass, senão não levamos daqui mesmo nada… a não ser muitos milhares de sacos de cadáveres.

    • Quem disse que eles queriam conquistar a Ucrânia (e o resto da europa) foram os histéricos da EUA e UE.
      O Putin foi claro (E falou bem claro por uma hora) que só queria salvar Dombas e desmilitarizar a Ucrânia..
      Para vieres repetir o que a propaganda ocidental diz, não vale a pena comentar..

      • “O Putin foi claro (E falou bem claro por uma hora) que só queria salvar Dombas e desmilitarizar a Ucrânia..”
        Hahahahaaa… e já agora o Putin não quer também desmilitarizar o mundo todo e ficar só ele com armas para fazer o que o primeiro Hitler tentou fazer??

      • Se isso ficou claro para si… então explique lá qual foi o propósito de ataquar Karkiv, atacar o norte de Kiev, atacar zonas junto à Polónia, Odessa…etc, etc…
        Se o propósito fosse esse (se calhar agora realmente é), ele faria exatamente o que fez em 2014, e entraria apenas aí nesses territórios, e olhe que aí, nem a Europa, nem os EUA faziam muito alarido, nem a própria Ucrânia faria tanta resistência.
        Não fez na Crimeia, em qua a maioria era rusófona, o mesmo se aplica a Donbass!
        O que me parece claro, é que haverá intenção (apenas agora), de dividir a Ucrânia, com Donbass, a Crimeia, e a ligação entre estes dois territórios, e fazer algo parecida com as Coreias.

  4. Pois, isto parece dar a entender que as coisas não correm nada bem para os russos, procuraram dominar toda a Ucrânia o que parece estar a ser difícil mesmo matando e arrasando com mísseis e indiscriminadamente, no terreno parece que a situação é bem mais difícil e havendo já muitas baixas da sua parte, agora como desculpa recuam para o Donbass afirmando ser esse o objetivo inicial. Esta guerra vai-lhes ficar cara e por muitos anos!

    • Não sei se tens estado atento mas.. a Europa e os EUA com o seu histerismo COVID, o seu fanatismo Energia VERDE” e incontinência emocional em relação as ALTERAÇÔES CLIMATERICAS, não ficam atras..

      Da ultima vez que vi ambos o EUA e UE estavam a caminhar para o abismo..

      • Tu vês tão bem que, numa notícia sobre a invasão russa da Ucrânia, falas de tudo menos disso!…
        Mesmo à negacionista da realidade…

        Ainda não foste para a Rússia, esse paraíso na Terra??

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