Dois meses depois de o PS ter vencido as legislativas com maioria absoluta, o Presidente da República recebe na quarta-feira a lista dos nomes e das pastas que irão formar o novo Executivo de António Costa.
O Público avança que, nas últimas horas antes da entrega da lista de nomes, António Costa ainda está a fechar alguns convites formais. Mas apesar das incertezas das últimas horas, há mudanças expectáveis.
É o caso da junção dos ministérios da Agricultura e do Mar, da redução das secretarias de Estado e do eventual fim do estatuto de “ministro de Estado”.
Mesmo sem este estatuto, Mariana Vieira da Silva, ministra de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros, continuará a ser uma figura-chave no próximo Governo, depois de ter assumido destaque por força da pandemia de covid-19 ao ser a porta-voz das decisões tomadas pelo Executivo no âmbito da crise sanitária.
Já quanto ao cargo de presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva tem sido o nome mais apontado. No seio do PS, fala-se no ministro para assumir a corrida a Belém em 2026, mas para que isso aconteça Santos Silva deverá sair do Governo para assumir uma posição de “transição”.
Isso implica que o governante assuma o lugar de presidente da Assembleia da República como passo seguinte. A votação para o lugar da segunda figura do Estado só aconteça na próxima semana, mas a decisão poderá ser conhecida já esta quarta-feira, até mesmo por exclusão de partes.
O diário explica que se Santos Silva não constar da lista de ministros, é expectável que seja o nome apontado ao final do dia, na reunião que juntará a bancada do partido, e que servirá para o secretário-geral apresentar aos deputados as propostas de candidato a presidente da Assembleia da República e de líder parlamentar.
Desafios do novo Executivo
Depois da pandemia e do processo conturbado (e demorado) da repetição das eleições no círculo da Europa, a invasão russa da Ucrânia e as consequências à escala mundial prometem influenciar os desafios do próximo Governo.
O calendário apertado será um dos grandes desafios, a par da intensidade de trabalho num ano em que terá a execução do Plano de Recuperação e Resiliência (PR) e a preparação de dois Orçamentos, uma vez que a guerra na Ucrânia obrigará a mais mexidas do que o previsto.
Há também promessas feitas durante a campanha que continuam por cumprir, como o aumento extraordinário das pensões até 1097 euros (com efeitos retroativos a 1 de janeiro), o aumento do salário mínimo nacional e a revisão dos escalões de IRS.
Soma-se ainda a necessidade de dar resposta às consequências económicas do conflito e das sanções, assim como a redução dos preços da energia e do IVA da eletricidade (que dependerá de Bruxelas).
Ultima da hora? Tem havido falta de tempo, deve ser por isso mesmo!