O PSD terá sido o partido mais prejudicado pela decisão de voto de última hora, nas eleições legislativas de janeiro. Chega foi o menos afetado pelo voto útil.
A sondagem da Intercampus para o Jornal de Negócios, Correio da Manhã e CMTV indica que o PSD foi o partido mais prejudicado com a votação de última hora. Mais de um quinto dos eleitores (22,9%) que estavam indecisos alteraram a intenção de votar no PSD para votar noutro partido ou abster-se.
O PS foi o segundo partido mais penalizado, com 15,5% dos eleitores a mudarem a sua intenção de voto.
Já a Iniciativa Liberal foi vítima da bipolarização entre PS e PSD, sendo o partido que mais perdeu com os apelos ao “voto útil”. Apesar de se ter consolidado enquanto quarta força política, a sondagem mostra que 13,8% dos eleitores acabaram por não votar nos liberais, embora tivessem intenção de o fazer.
O PAN (5,5%) e o Livre (4,6%), ainda que em menor dimensão, também foram prejudicados pelo “voto útil”, ao contrário do Chega, que foi o partido menos prejudicado com este sentido de voto.
Ainda segundo o estudo de opinião, quase um quarto dos indecisos (23,8%) admitem que as sondagens tiveram influência na sua decisão.
Em relação aos resultados das legislativas de janeiro, quase metade dos eleitores (48%) consideram que a maioria absoluta do PS não é positiva para o país.
Ainda assim, 11,9% preferem um governo de PS do que uma geringonça e 6,5% preferem a maioria do centro-esquerda a um bloco central com o PSD.
Só 5,1% dos inquiridos preferiam uma maioria do PSD.
A sondagem da Intercampus contou com 613 entrevistas de 2 a 7 de fevereiro, sendo que o erro máximo da amostragem, para um intervalo de confiança de 95%, é de mais ou menos 4%.