Exercício físico pode mitigar envelhecimento dos músculos

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Um artigo recente mostra que, além dos vários benefícios já conhecidos, a prática de exercício físico também mitiga o envelhecimento dos músculos.

Estudos realizados nos últimos anos destacam os benefícios que o exercício físico provoca no processo de envelhecimento, ajudando a controlar a perda de visão, os danos cardíacos e promovendo a reparação muscular.

Agora, uma equipa de investigadores descobriu que ratos velhos submetidos a um regime de aptidão física cada vez mais exigente apresentam características físicas de ratos oito semanas mais novos, em comparação com um grupo de controlo composto por roedores sedentários.

A investigação centra-se num processo biológico conhecido como metilação do ADN, no qual grupos de átomos chamados grupos metilo interagem com a molécula de ADN e alteram a expressão dos nossos genes, escreve o New Atlas.

Este processo é afetado por uma série de fatores ambientais, tais como a dieta e stress ao longo da nossa vida, sendo por isso considerado um mecanismo epigenético associado ao envelhecimento. Assim, a metilação do ADN tende a aumentar à medida que envelhecemos.

“As alterações da metilação do ADN num ciclo de vida tendem a acontecer de uma forma algo sistemática”, explicou o autor do estudo Kevin Murach, da Universidade do Arkansas.

“Ao ponto de se poder olhar para o ADN de alguém a partir de uma determinada amostra de tecido e com um grau de precisão justo prever a sua idade cronológica”, continuou.

O estudo, publicado na revista Aging Cell, envolveu ratos próximos do fim de vida (22 meses), que foram submetidos a um regime de exercício progressivo através do uso de uma roda de exercício para roedores ao longo de dois meses.

De acordo com a equipa, este programa é o equivalente a um soldado humano carregar uma pesada mochila ao longo de muitos quilómetros, e foi concebido para garantir que os ratos construíssem músculo durante todo o processo.

O estudo mostrou que o exercício tardio mitigou de tal forma o envelhecimento epigenético dos músculos esqueléticos que a análise à idade epigenética do tecido concluiu que os ratos eram oito semanas mais novos do que um grupo sedentário de ratos da mesma idade.

Embora os resultados sejam promissores e reforcem a ideia de que o exercício é bom para a saúde, é necessário mais pesquisa para perceber a ligação entre a metilação e a função muscular.

Os cientistas planeiam realizar mais estudos para investigar se a metilação alterada, através de exercício físico ou não, pode provocar alterações na função muscular e na saúde.

“Se assim for, quais são as consequências? Será que as alterações nestes locais de metilação muito específicos têm um fenótipo real que emerge disso? É isso que está a causar o envelhecimento ou está apenas associado a ele?”, perguntou-se Murach.

ZAP //

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