Cientistas chineses construíram uma “lua artificial” que lhes permitirá simular ambientes de baixa gravidade através do magnetismo.
A par dos Estados Unidos, também a China está fortemente empenhada no planeamento de futuras missões lunares – e para competir com os esforços da NASA, o país está a trabalhar numa “Lua artificial”.
A instalação está numa câmara de vácuo – com apenas 60 centímetros de diâmetro, em comparação com os 3.474,8 quilómetros da Lua real –, conta com rochas e poeira e servirá como fonte de pesquisas para as atividades de exploração lunar chinesas.
Apesar de não caber lá um astronauta, os cientistas dizem que o tamanho é suficiente para testar certos equipamentos e ferramentas de forma a averiguar o seu comportamento num ambiente de baixa gravidade.
Segundo o The Independent, esta “Lua” é sustentada por um campo magnético suficientemente forte para levantar objetos pequenos, fazendo a gravidade “desaparecer”.
Segundo Li Ruilin, a principal diferença para os demais simuladores de gravidade é que o efeito desta “Lua chinesa” dura “o tempo que quiser”. O líder da investigação salientou ainda que o dispositivo é “o primeiro no mundo” deste género e que pode levar a simulação lunar a um nível completamente novo.
A ideia da “Lua artificial” foi inspirada numa experiência conduzida pelo físico Andrew Geim que, em 1997, fez levitar um sapo vivo com recurso a um íman.
A instalação, localizada na cidade de Xuzhou, será lançada oficialmente nos próximos meses.
Os esforços da China acontecem a meio de uma corrida espacial com os EUA. Após lançar o seu programa de exploração lunar – cujas missões incluíram pousar um rover no lado oculto da Lua (em 2019) e, no ano seguinte, trazer amostras de rochas pela primeira vez em 44 anos –, a China quer “pousar” astronautas no satélite até 2030.
Um projeto que envolve cientistas chineses e russos tem também em vista a construção de uma base de pesquisa lunar, prevista para 2027.
Os investigadores esperam, por isso, que este simulador lunar desempenhe um papel fundamental nas futuras missões chinesas.