Phophi Ramathuba, ministra regional de Saúde da província de Limpopo, fez recentemente uma visita a uma escola secundária e, numa tentativa de desencorajar o abandono escolar e a gravidez na adolescência, disse às jovens para “abrir os livros e fechar as pernas”.
A ministra regional de Saúde da província de Limpopo, Phophi Ramathuba, visitou na quarta-feira a escola secundária de Gwenane, no município de Sekgakgapgeng, para assinalar o primeiro dia do ano letivo no país.
Numa tentativa de desencorajar o abandono escolar e a gravidez na adolescência, a governante aconselhou as jovens a “abrir os livros e fechar as pernas”.
“Às jovens, eu digo: abram os livros e fechem as pernas. Não abram as vossas pernas, abram os vossos livros. Muito obrigado”, disse Ramathuba.
De acordo com a BBC, a ministra regional de Saúde acrescentou ainda que as jovens sul-africanas estavam a ser ludibriadas por homens mais velhos, através de produtos luxuosos como perucas caras e smartphones.
Well done MEC this is on point. Teenage pregnancy is another pandemic in Limpopo and deepen poverty.@PhophiRamathuba you are attacking the real enemy. pic.twitter.com/6PXbuLeSqP
— King Chauke (@RealKingChauke) January 14, 2022
Os comentários suscitaram críticas, nomeadamente por parte da oposição. Siviwe Gwarube escreveu no Twitter que o discurso da ministra foi “profundamente problemático”.
“Esta era uma oportunidade de ter uma conversa importante com estas estudantes sobre o consentimento, em vez disso culpou-se as vítimas. Colocou-se uma pressão indevida nestas jovens”, sublinhou a política.
‘To the girl child: open your books and close your legs’ – says the *Health* MEC. @PhophiRamathuba – this kind of narrative to young children is deeply problematic. Shifts responsibility to girl children to shoulder the burden of safe sex practices & rape culture. It’s rubbish. https://t.co/wBC3VXij74
— Siviwe Gwarube (@Siviwe_G) January 12, 2022
Em declarações ao jornal Times Live, a governante explicou que o seu discurso foi retirado do contexto original, sustentando que a mensagem era direcionada às jovens mas também aos rapazes.
“Eu disse aos jovens para se focarem na sua educação e não dormirem com as raparigas”, explicou, acrescentando que os eleitores da província de Limpopo “apreciaram a mensagem” que a política transmitiu na escola secundária.
“Eles disseram-me que tinham medo de falar destas coisas, e agradeceram-me por ‘chamar os bois pelos nomes'”, afiançou.
Estatísticas governamentais mostram que quase 34 mil raparigas com menos de 17 anos deram à luz na África do Sul em 2020. Destas jovens mães, 600 tinham idades entre os 10 e os 13 anos.
E muito bem: mensagem direta e assertiva!!