Em fevereiro de 2020, logo depois de a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter anunciado o nome oficial da doença, um indiano escreveu no Twitter: “O meu nome é Kovid e eu não sou um vírus”.
A pandemia de covid-19 mudou a vida da grande maioria das pessoas, mas Kovid Kapoor sentiu os efeitos ainda mais a fundo a partir do momento em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) batizou a doença, noticia o The Washington Post.
Há dois anos, em fevereiro, o indiano teve a necessidade de esclarecer no Twitter: “O meu nome é Kovid e eu não sou um vírus”.
Desde essa data que o indivíduo lida com a situação caricata com algum humor, dizendo aos seus seguidores que é “kovid positivo desde 1990“, ano em que nasceu.
My name is Kovid and I’m not a virus 🙄#COVID2019 #coronavirusus
— Kovid Kapoor (@kovidkapoor) February 12, 2020
Quando a OMS escolheu um nome para a doença, Tedros Adhanom Ghebreyesus disse que os especialistas tinham vários fatores a ter em conta.
“Tivemos de encontrar um nome que não se referisse a uma localização geográfica, a um animal, a um indivíduo ou grupo de pessoas, e que fosse também pronunciável e relacionado com a doença”, explicou, na altura.
A OMS acabou, no entanto, por se esquecer das pessoas que partilham o nome sânscrito Kovid – embora o “d” no final se pronuncie “Kovid-dah”.
“Durante o primeiro ano foi hilariante”, contou Kovid Jain, de 28 anos, natural da cidade indiana de Indore. Os amigos da jovem, que se casou em dezembro desse ano, “costumavam dizer que ‘a Kovid ia casar-se na época da covidez‘ e nós riamos”.
Agora, dois anos depois, opta simplesmente por não usar o seu nome em público.
Já Kovid Sonawane, de Nagpur, revelou que, embora compreenda o lado engraçado, se sente “irritado com a correlação“, especialmente quando as piadas vêm de pessoas fora do seu grupo de amigos.
O The Washington Post conta apenas três casos de tantos outros que sofrem com este problema. Aliás, a cerveja Corona foi uma das primeiras a sentir o impacto.
“O novo coronavírus, que foi descoberto recentemente em Wuhan, na China, não é o mesmo que a cerveja Corona”, lê-se num artigo publicado pela Forbes, em janeiro de 2020, altura em que pessoas de todo o mundo pesquisavam no Google termos como “vírus da cerveja” e “vírus da cerveja Corona” em busca da associação entre o vírus e a bebida fabricada no México.