De acordo com a dupla de investigadores que estudou e descobriu o fenómeno, os lagos atmosféricos podem durar semanas e impactar profundamente as regiões onde se encontram.
Um novo tipo de tempestade acabou de ser descoberta nos céus do oceano Índico, ao qual foi dado o nome de lago atmosférico – em linha com os já descobertos rios atmosféricos. De acordo com os cientistas, o fenómeno consiste em piscinas de vapor de água concentrado que se deslocam lentamente, podendo o fenómeno durar dias.
Brian Mapes e Wei-Ming Tsai são os atmosféricos responsáveis pela descoberta, que aconteceu quando a dupla estudava os padrões do tempo sobre o Oceano Índico, uma região que, defendem, não recebe a atenção devida por parte dos meteorologistas. Mapes e Tsau dedicaram-se sobretudo a analisar os padrões da chuva e do vapor numa escala diária.
Os lagos atmosféricos estão naturalmente ligados aos rios atmosférico, um fenómeno amplamente estudado e comum que envolven longas e finas plumas de humidade concentrada que se podem estender ao longo de milhares de quilómetros. Estes rios – que também se movem a rápida velocidade – podem transportar uma grande quantidade de água, despejando-a sob a forma de chuva.
A definição de rios atmosféricos é importante porque é precisamente isto que os lagos, também atmosféricos, são na sua fase de formação – até que, num certo ponto, comprimem, formando uma massa isolada e concentrada de vapor de água. De seguida, os lagos deslizam lentamente através do céu, em áreas onde a velocidade do vento é quase inexistente.
A equipa estudou cinco anos de dados recolhidos através de satélite do Oceano Índico, tendo identificado 17 lagos atmosféricos que duraram mais de seis dias. Estes ocorrem em todas as estações e ocorrem mais recorrentemente num intervalo de 10 graus até à linha do Equador. Ainda assim, a dupla de investigadores aponta que estes podem ocorrer em territórios mais distantes – não estando excluída a hipótese de estes fenómenos se converterem em ciclones tropicais.
Ainda de acordo com as informações divulgadas pelos cientistas, os lagos atmosféricos tendem a formar-se fora das correntes de vapor de água que fluem da região Indo-Pacífico e depois para oeste, até chegarem a atingir a costa oriental da África – trazendo chuva a estes territórios.
“É um lugar que, em média, é seco, pelo que quando estes lagos atmosféricos são muito consequentes”, explicou Brian Mapes. “Estou ansioso por aprender mais sobre o impacto locais destes lagos, sobretudo por se tratarem de áreas com histórias náuticas vulneráveis e fascinantes.”
Agora, a equipa planeia estudar mais profundamente estes lagos atmosféricos, de forma a perceber se podem ocorrer noutras partes do mundo como são influenciados pelas alterações climáticas.