Farmácias estão muitas vezes dependentes de desistências para conseguir dar resposta aos novos pedidos.
Nas vésperas de Natal e Ano Novo será difícil realizar testes antigénio gratuitos nas farmácias portuguesas, isto porque a maioria dos estabelecimentos já não detém vagas para mais agendamentos, numa situação que se começou a criar há semanas, relatam os profissionais de saúde que dirigem os estabelecimentos.
De acordo com o semanário Expresso, que ouviu representantes de farmácias de Porto e Lisboa, o problema parece ser geral, com as hipóteses dos cidadãos a estarem dependentes de desistências para conseguirem vagas. Há também relatos de aumento do tempo de espera, com os cidadãos a esperarem, há um mês, cerca de 10, 15 minutos para realizar o teste, um período que aumentou para quase duas horas.
De acordo com os farmacêuticos, esta situação é um reflexo do número insuficiente de farmácias a oferecer o serviço. No entanto, Ema Paulino, presidente da Associação Nacional de Farmácias, afirma que este é um cenário com tendência a melhorar, face ao crescente número de estabelecimentos aderentes ao protocolo com o Governo. De acordo com a responsável, “todos os dias entram 30 a 40 farmácias” para a lista, o que tem permitido aumentar a disponibilidade, avançou ao Expresso. Ainda segundo a responsável, há também estabelecimentos a reforçar as suas equipas, de forma a conseguirem abrir mais vagas.
Numa altura em que Portugal tem batido sucessivamente o recorde diário de autotestes feitos, regista-se também uma falta de autotestes, com alguns farmacêuticos a relatarem atrasos ou incumprimento nas entregas do material solicitado.
Governo afirma esforço para repor faltas de testes
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, já afirmou que o Governo está a fazer um esforço para repor, nas farmácias e laboratórios, as faltas de testes ao novo coronavírus, visando chegar ao Natal “com tranquilidade”.
“Neste momento estamos a fazer um esforço por repor todas as faltas que possam existir pontualmente, aqui ou acolá, quer nas farmácias, quer nos laboratórios, quer em todas as instituições que fazem testes”, declarou aos jornalistas à margem de uma visita ao centro de vacinação de Gondomar, no Porto.
“Garantidamente que chegaremos à época de Natal com tranquilidade e serenidade para que todas as pessoas se possam testar“, prometeu também Lacerda.
O secretário de Estado Adjunto e da Saúde aproveitou ainda para fazer um apelo aos portugueses para fazerem testes rápidos e auto testes nesta época festiva, tanto no Natal, como na passagem de ano.
“É muito importante que façam testes”, aconselhou, recordando que além dos testes as máscaras também devem continuar a ser usadas.
Questionado sobre a falta de testes nas farmácias, Lacerda disse que Portugal está com um média superior, neste momento, a 140 mil testes diários.
“Temos mais de 23,4 milhões de testes efetuados no país, houve dias em que já vacinamos mais de 190 mil pessoas – a 10 de dezembro -, portanto, estamos a fazer um esforço enorme de testagem. É evidente que, às vezes pontualmente, em determinados períodos, pode haver dificuldades de mercado. Estamos a fazer um esforço”, concluiu.
ZAP // Lusa