A variante Ómicron será dominante em Portugal na altura do Natal. “O recorde de novos casos deverá ser batido por esta variante”, diz um matemático da Universidade do Porto.
Cerca de três semanas após ter sido detetada na África do Sul, a variante Ómicron pode já ter transmissão comunitária e está, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a propagar-se “a um ritmo nunca antes visto” mesmo nos países que ainda não comunicaram casos identificados.
Segundo Tedros Adhanom, diretor-geral do organismo, as vacinas, de forma isolada, não serão suficientes para controlar o avanço da pandemia, sobretudo com as características da mais recente variante.
Marta Temido vai fazer um ponto da situação sobre a Ómicron em Portugal numa conferência de imprensa marcada para sexta-feira.
A OMS sugere que a variante Ómicron parece ser mais transmissível do que a variante Delta, provocar sintomas mais leves e tornar as vacinas menos eficazes.
Citado pelo Expresso, Óscar Felgueiras, matemático da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, argumenta que a Ómicron vai aumentar a sua presença dos 10% estimados pelo Instituto Ricardo Jorge (INSA) nesta quarta-feira, para 20% a 30% no próximo fim de semana.
“É perfeitamente possível que se chegue ao fim de semana com uma prevalência de 20% a 30% da Ómicron e este era o pior momento para acontecer. Vai tornar-se dominante no Natal, com muitos convívios, e vai aumentar muito, muito”, explica o perito.
“Vamos ter uma transmissão brutal e o recorde de novos casos deverá ser batido por esta variante”, acrescenta.
A responsável pelas orientações estratégicas, Raquel Duarte, sugere que “os próximos três a quatro dias vão ser decisivos para percebermos o impacto da nova variante e qual deverá ser a resposta”.
“Estarmos vacinados, utilizar máscara, adotar as restantes medidas de proteção, evitar os almoços e jantares de Natal e fazer teste para estar fora da bolha de segurança. Estas medidas têm de estar todas em cima da mesa”, aconselha.
Numa entrevista à Agência Lusa a propósito da época festiva que se aproxima e do aumento de casos da Ómicron, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, pede moderação e não coloca de lado o aumento de restrições, tudo dependendo da evolução da situação.
“Não temos nada contra as festas, mas temos de ter o bom senso de limitar o número de conviventes”, disse, salientando também a importância das “outras medidas clássicas”, o uso de máscara, a higienização das mãos, o distanciamento social e a ventilação dos locais. E na consoada, sugeriu, pessoas em mesas separadas e uso de máscara sempre que possível.
Fechar “tudo” durante seis meses, confinar, testar… e a pandemia acaba.
Certíssimo, morre tudo a fome e portanto a pandemia acaba.