Perguntas e respostas sobre o vírus Ébola, que levou a Organização Mundial de Saúde (OMS) a decretar hoje o estado de emergência de Saúde Pública de âmbito internacional e que já provocou quase mil mortes.
O que é?
O Ébola é um vírus identificado pela primeira vez em 1976, que provoca febres hemorrágicas. Não existe vacina, nem tratamentos específicos e a taxa de mortalidade situa-se entre os 25 e os 90 por cento.
Como a pessoa é infectada?
A infecção resulta do contacto directo com líquidos orgânicos de doentes – como sangue, urina, fezes, sémen. A transmissão da doença por via sexual pode ocorrer até sete semanas depois da recuperação clínica. O período de incubação da doença pode durar até três semanas.
Quando se deu o maior surto?
Desde 1976 registaram-se vários surtos, nenhum com tantos infectados e países atingidos como o actual, que começou em Fevereiro e, até segunda-feira, causou em vários países africanos 1.711 casos (1.070 confirmados, 436 prováveis, 205 suspeitos) e 932 mortes.
Quais os países afectados?
Até ao momento e neste surto registaram-se casos na Guiné-Conacri, Libéria, Serra Leoa e Nigéria.
Quais os sintomas?
A febre costuma ser o principal sinal, acompanhada de fraqueza e dores musculares, de cabeça e de garganta. Outros sintomas nos tempos seguintes são náuseas, diarreia, feridas na pele, problemas hepáticos e hemorragia interna e externa.
Entre a infecção pelo vírus e os primeiros sintomas podem decorrer entre dois e 21 dias.
Como se trata?
Não existe cura nem um tratamento específico para a febre hemorrágica provocada pelo vírus do Ébola.
A estes doentes são dados os tratamentos que costumam ser administrados nos cuidados intensivos, com destaque para a hidratação.
Quais os hospitais de referência?
Em Portugal, os hospitais para onde serão encaminhados os doentes suspeitos de estarem infectados com o vírus do Ébola são os hospitais Curry Cabral e Dona Estefânia, em Lisboa, e São João, no Porto.
Qual o laboratório de referência?
O laboratório de referência em Portugal é o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge.
Qual é a resposta de emergência médica?
O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) tem equipas especializadas, com formação específica e equipamento de protecção elevado. Serão estas equipas que irão acompanhar os casos suspeitos ou de doença e encaminhá-los para os hospitais de referência.
Que medidas as autoridades portuguesas têm em vigor (anunciadas pela Direcção Geral da Saúde)?
– Reforço da articulação internacional, nomeadamente com a OMS, com o European Centre for Disease Prevention and Control (ECDC), em Estocolmo, e com outros Estados;
– Recomendação aos cidadãos para que ponderem viajar apenas em situações essenciais, tendo em atenção o princípio da precaução, apesar de não estarem interditadas, actualmente, viagens internacionais para áreas afectadas;
– Os viajantes são alertados para procurarem aconselhamento médico caso se verifique exposição ao vírus ou desenvolvam sintomas de doença;
– Portugal tem em estado de prontidão mecanismos para detectar, investigar e gerir casos suspeitos de doença por vírus Ébola, incluindo capacidade laboratorial para confirmação da doença;
– Estão previstas medidas para facilitar a evacuação e a repatriação dos cidadãos que possam ter estado expostos ao vírus.
/Lusa
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