Esta sexta-feira, Aleksander Lukashenko encontrou-se com migrantes na fronteira com a Polónia e disse-lhes que a Bielorrússia está disposta a ajudá-los a voltar a casa.
Esta sexta-feira, numa visita a um armazém que serve de abrigo a muitos migrantes, perto da fronteira com a Polónia, Aleksander Lukashenko prometeu ajuda a quem quiser entrar na União Europeia (UE), nomeadamente comida e vestuário quente a quem decidisse tentar a travessia.
Para os que não quisessem, disse-lhes que iria ajudá-los a regressar às suas casas, mas sem os obrigar a voltar para os seus países, noticia o Público. “Se quiserem ir para o Oeste, não vos iremos deter, sufocar ou agredir.”
“Fica ao vosso critério. Atravessem [a fronteira]. Não iremos deter-vos sob nenhuma circunstância, ou atar as vossas mãos e obrigar-vos a embarcar em aviões para vos mandar para casa, se não o quiserem”, afirmou o líder bielorrusso.
“A minha tarefa é ajudar-vos, porque estão em apuros. Nós, os bielorrussos, incluindo eu mesmo, faremos tudo o que quiserem, mesmo se isso for mau para os polacos, letões ou quaisquer outras pessoas. Trabalharemos convosco para [alcançarem] o vosso sonho”, acrescentou, na sua primeira aparição na fronteira com a Polónia desde o início da crise.
O Observador indica que alguns estados-membros consideram que o Presidente bielorrusso está a retaliar contra a União Europeia, como forma de protesto contra as sanções impostas em resposta à repressão violenta das manifestações.
Milhares de migrantes estão concentrados nos limites da Bielorrússia, na esperança de entrar na UE. Contudo, a presença das forças de segurança polacas e bielorrussas obriga-os a ficarem retidos em acampamentos improvisados.
A União Europeia já acordou um novo leque de sanções a serem impostas à Bielorrússia. As medidas deverão ser aprovadas e adotadas no início de dezembro.
Esta semana, a Comissão Europeia propôs a criação de uma “lista negra” para transportadoras envolvidas em ações de “contrabando ou tráfico” de migrantes na fronteira da UE com a Bielorrússia.
Em causa está a tensão na fronteira bielorrussa-polaca, numa altura de forte pressão migratória na região e em que dezenas de migrantes já perderam a vida.