A ecologia chegou às viagens espacias. Primeiros testes do “rocket” verde da Pulsar Fusion foram um sucesso

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Empresa britânica quer, através da sua tecnologia, reduzir o tempo de viagem até Marte para metade.

Depois de ter tomado de assalto a mobilidade urbana, a ecologia está também a chegar ao Espaço. Calma, não literalmente. Para já, a Pulsar Fusion, uma empresa britânica, está a fazer testes do seu rocket cuja energia de propagação tem origem no desperdício de plástico.

A iniciativa está inserida num plano mais amplo da empresa que também prevê o desenvolvimento da tecnologia de fusão nuclear para a propulsão de alta velocidade — a qual pode encurtar para metade o tempo de viagem até Marte.

Apesar de interessante, a ideia de transformar o desperdício de plástico em combustíveis de rockets híbridos já não é nova. Entre experiências bem e não tão bem sucedidas, a Pulsar Fusion aventura-se neste mercado com um rocket “verde” que se alimenta de combustível híbrido, o qual consiste em polietileno de alta densidade (HDPE) e oxidante de óxido nitroso — substâncias introduzidas na câmara de combustão sob pressão regulada através de uma válvula de controlo.

O HDPE é usado numa vasta gama de produtos de plástico, incluindo garrafas, canalizações e tábuas de cozinha, o que constitui uma grande oportunidade de recursos e, consequentemente, de combustível.

No que respeita aos testes, efetuados na base militar britânica de Salisbury, tinham como objetivo aferir a viabilidade da unidade motriz do rocket. De acordo com a empresa, a experiência gerou o tipo de diamantes de choque supersónico que habitualmente se vê nos escapes de rocket de alta temperatura e de elevado fluxo de massa, o que resultou numa espécie de pluma dramática e ardente.

De acordo com as informações divulgadas, a Pulsar Fusion planeia dar seguimento a este teste com uma demonstração para potenciais clientes ainda esta semana. Richard Dinan, CEO da empresa, já comentou os mais recentes progressos, mostrando-se fascinado com os testes feitos no Reino Unido.

“Trata-se de um momento extraordinariamente importante e estamos muito orgulhosos que o dispositivo tenha sido construído no Reino Unido. Ter um rocket britânico testado em solo nacional é algo inovador. A Pulsar está entre as poucas empresas em todo o mundo que constrói e testa estas tecnologias. Temos uma equipa fantástica de cientistas com muita experiência e devemos agradecer-lhe por esta vitória.”

Há múltiplas finalidades que podem ser dadas ao chamado rocket verde, nomeadamente o lançamento de pessoas e satélites para o Espaço, mas os planos da empresa não se ficam pela mera — se é que assim o podemos dizer — do espaço.

A ideia é desenvolver motores de propulsão de alta velocidade baseados em fusões nucleares e lançá-los ainda durante esta década — sobretudo com recurso à recreação dos processos que ocorrem dentro do Sol, onde as forças gravitacionais, juntamente com calor extremo e a pressão para que os núcleos choquem, acabam por lançar grandes quantidades de energia.

De acordo com o site New Atlas, os cientistas têm procurado alcançar resultados neste âmbito há décadas, nomeadamente através de reatores experimentais e, embora alguns progressos tenham sido feitos nesta área, a tecnologia está ainda demasiado longe de constituir uma viável fonte de energia.

A Pulsar Fusion, ainda assim, tem vindo a trabalhar na sua tecnologia de fusão há nove anos e tem como objetivo forte eletromagnética para direcionar a energia lançada através de fusões reacionárias para uma forma de propulsão.

Isto faria com que as aeronaves deixassem de precisar de carregar níveis tão elevados de combustíveis mas também que conseguissem viajar a velocidades incrivelmente altas — por exemplo, chegariam a Marte precisando de apenas de metade do tempo das naves atuais.

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