Miguel Pinto Luz: Rio não tem legitimidade política para ir legislativas

José Sena Goulão / Lusa

Miguel Pinto Luz apresenta campanha à liderança do PSD

Antigo secretário de Estado crítica líder do PSD na gestão dos prazos para as eleições internas, mas também na troca de palavras com o Presidente da República.

Miguel Pinto Luz decidiu não avançar na corrida para a liderança do PSD, mas nem por isso deixa de emitir as suas considerações sobre o processo de disputa interna que o partido está a viver. Ontem, num comunicado enviado à Lusa, o antigo candidato acusou Rui Rio de não ter legitimidade política para ser candidato às eleições legislativas e de tentar, por via de “adiamentos e expedientes”, tentar contornar esta questão.

“Rui Rio é obviamente um presidente sem a legitimidade política para ser candidato a primeiro-ministro. Forçar a uma legitimidade formal, provocada por adiamentos e expedientes formalistas, em nada ajudará ao resultado do PSD nas legislativas que se aproximam”, escreveu o vice-presidente da Câmara de Cascais.

Aos olhos de Pinto Luz, “Rui Rio é hoje um líder que esqueceu que defender os interesses do PSD está longe de ser sinónimo de defender os seus interesses pessoais”. “O insistir no adiamento de eleições bem como as várias tentativas de condicionamento da posição do Presidente da República, algumas em forma que em nada o dignificam, são democraticamente inaceitáveis”.

Pinto Luz criticou ainda o presidente da mesa do Congresso, Paulo Mota Pinto, por ainda não ter respondido ao requerimento entregue na semana passada por um “conjunto alargado de conselheiros nacionais, cerca de metade dos que compõem o órgão, com o objetivo de pedir “formalmente um conselho nacional para a antecipação do Congresso”.

“É necessário que o candidato a primeiro-ministro pelo PSD tenha todas as condições formais e políticas para enfrentar este combate. Ser rápido no processo interno é a única forma de o conseguirmos”, sustentou Miguel Pinto Luz.