A ex-autarca socialista, anterior presidente da Junta de Freguesia de Arroios, em Lisboa, foi constituída arguida no âmbito das buscas realizadas esta quarta-feira às instalações desta autarquia.
“Margarida Martins foi constituída arguida no âmbito de um processo instaurado em 2018, tendo por objeto contratos celebrados durante o período em que exerceu funções na Junta de Freguesia de Arroios”, disse à agência Lusa o seu advogado, Ricardo Sá Fernandes.
Na sequência das buscas realizadas esta quarta-feira pela Polícia Judiciária (PJ), na sede daquela autarquia de Lisboa e na residência da ex-autarca, o Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa informou que estão em investigação “factos suscetíveis de integrarem a prática de crimes cometidos no exercício de funções públicas, na Junta de Freguesia de Arroios, nomeadamente peculato, peculato de uso e participação económica em negócio“.
“As investigações prosseguem, tendo havido lugar a uma constituição de arguido”, informou o DIAP de Lisboa, sem precisar quem é o arguido.
Segundo informação do DIAP de Lisboa, que dirige a investigação em curso, “a Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, procedeu à execução de 10 mandados de busca, sendo três domiciliárias, e sete não domiciliárias, e realizou uma busca autorizada, visando a recolha de documentação relacionada com suspeitas de práticas criminosas, sob investigação”.
A ex-autarca eleita pelo PS perdeu as eleições de setembro passado para Madalena Natividade, assistente social e juíza social, que venceu a Junta com a coligação CDS-PSD-PPM-Aliança-MPT.
Margarida Martins, de 68 anos, notabilizou-se como co-fundadora da Abraço, que se dedica à prevenção do VIH/SIDA. Foi presidente desta associação durante 21 anos antes de se ter tornado presidente da Junta de Arroios.
ZAP // Lusa