Com o crescimento do número de pacientes que reportam sintomas de covid prolongada, os especialistas receiam que o Serviço Nacional de Saúde não tenha capacidade de resposta.
Segundo avança o Expresso, os directores e coordenadores de unidades de saúde em Portugal estimam que será preciso acompanhar 100 mil pacientes que sofrem de covid longa, já que pelo menos 10% dos doentes que estiveram infectados com o novo coronavírus têm sintomas além dos três meses.
Para Filipe Froes, pneumologista e coordenador do gabinete de crise para a Covid-19 da Ordem dos Médicos, este cenário “é uma sobrecarga muito grande” para os hospitais portugueses que é ainda mais acentuada porque os pacientes “estão a aparecer em catadupa”.
A pneumologia é também uma das especialidades mais procuradas, já que muitas das pessoas queixam-se de dificuldades a respirar e de falta de ar. No entanto, Filipe Froes reforça que há mais de 200 sinais e sintomas associados à covid longa, o que exige consultas multidisciplinares e com vários especialistas.
Em Coimbra, no Centro Hospitalar e Universitário, o director do serviço de pneumologia Carlos Robalo Cordeiro nota que mesmo doentes que tiveram covid ligeira e que não precisaram de ser internados estão cada vez mais a sofrer sintomas prolongados.
“Vemos doentes que nunca tínhamos visto, que desenvolvem patologia respiratória sem a terem antes e mantêm alguma inflamação pulmonar, detectável na função respiratória”, explica Carlos Robalo Cordeiro.
A criação das “consultas pós-covid” foi também uma adaptação que vários hospitais tiveram de fazer perante a aparição de mais doentes com sintomas prolongados. “A consulta pós-covid tornou-se uma necessidade. Percebemos que a covid ia trazer-nos mais chatices do que só o episódio agudo”, explica Paulo Sintra, director clínico do Hospital Distrital de Santarém, onde esta modalidade de consulta já foi criada há um ano.
Já no Centro Hospitalar de Leiria, o médico João Machado é responsável pela coordenação destas consultas. O clínico refere que já mais de 100 doentes se queixaram de sintomas prolongados e que a média de idades dos queixosos ronda os 70 anos, sem haver grandes discrepâncias de género.
“Trata-se maioritariamente de pessoas que tiveram doença moderada a grave”, refere ao Expresso, mas salienta que os doentes ligeiros também podem ter sequelas significativas e prolongadas, não havendo “grande linearidade entre a gravidade da infeção e a gravidade das sequelas”.
Um dos maiores problemas na gestão da onda de doentes com covid longa é a falta de capacidade das unidades hospitalares, tendo os casos mais ligeiros obrigados a ser acompanhados nos centros de saúde.
Os hospitais estão em colapso à muitos anos, basta ver notícias de 2018/2017/2016 e no inverno de 2015 onde faleceram mais de 6000 pessoas em apenas 3 meses.
Agora este ano o covid serve de desculpa para tudo !!!
Desde à muito que se vê notícias de pacientes no chão dos hospitais por falta de cama e 5 horas de espera, este ano ê o covid longa que causa isto? Vai na volta o covid está instalado em Portugal à muitos anos e ninguém se apercebeu e pensa que a culpa é da China !