Nos últimos dois meses, o número de ofertas de emprego que impõem como requisito de recrutamento a vacinação contra a covid-19 disparou.
O LinkedIn avançou à revista Forbes que o número de ofertas que exigem vacinação contra a covid-19 aumentou mais de 20 vezes desde o final de agosto. Já a plataforma Indeed refere que milhares de ofertas de emprego já o exigem, contabilizando um aumento de quase 250% no mesmo período.
De acordo com o Expresso, a lei em Portugal proíbe qualquer forma de discriminação no recrutamento, mas há especialistas que admitem que este “critério de seleção” acabará por afetar o recrutamento no país. Principalmente a a profissionais portugueses que concorrem a funções globais, mesmo que remotas.
Nuno Troni, diretor de recrutamento da consultora Randstad, disse ao jornal que a vacinação contra a covid-19 “é cada vez mais uma preocupação demonstrada pelas empresas”.
A questão é cada vez mais premente “em funções que implicam contacto direto e presencial com o público”, enquanto que nas outras funções, sobretudo quando está em causa o recrutamento de quadros médios e superiores, é menos significativa.
Os dados fornecidos pelo LinkedIn indicam que a indústria alimentar, tecnologias de informação, biotecnologia, marketing e vendas e setor jurídico foram as áreas onde mais aumentou a partilha de ofertas de emprego com requisito de vacinação.
Além de serem áreas de mão de obra qualificada, são também as que agregam a maior parcela de recrutamentos internacionais.
Um estudo conduzido pela Randstad, em abril deste ano, adianta que “85% dos inquiridos em Portugal estariam dispostos a tomar a vacina para continuarem a trabalhar”. Esta percentagem contrasta com os 71% dos profissionais a nível europeu e os 75% a nível mundial.