Para além das diretas para líder do partido, os sociais-democratas preparam-se para escolher também as direções das distritais de Lisboa e Leiria, o que também poderá ajudar a justificar o crescimento.
Para além de no Conselho Nacional se ter superiorizado a Rio com os conselheiros a chumbarem o adiamento das eleições internas, Rangel conseguiu outra vitória que passou despercebida a alguns: o prolongar de prazos das datas para que os militantes pudessem pagar as suas quotas e, consequentemente, participarem nas eleições internas. Uma semana depois do início do processo eleitoral do PSD, o efeito das movimentações já se sente. Estima-se que 1500 militantes tenham o tenham feito.
De acordo com os dados avançados pelo Público, fornecidos pela direção nacional do PSD, na quinta-feira da semana passada (dia do conselho nacional), havia 17.500 militantes com quotas pagas; uma semana depois estão contabilizados 19 mil militantes com quotas em dia, o que lhes permite votar. O jornal cita também a secretaria-geral do partido para perspetivar que os números de quotas a pagar possa chegar aos 40 mil, o qual pode subir caso o número de candidatos aumente também — atualmente, Rui Rio e Paulo Rangel são os únicos na contenda.
No entanto, o aumento de quotas não tem unicamente a ver com as diretas. Na calha estão também as eleições para a liderança da distrital de Lisboa (6 de Novembro), de Leiria (13 de Novembro) e da concelhia de Gaia, as quais podem também ser responsáveis pelo aumento.
Ainda a propósito do anúncio da recandidatura de Rui Rio, o Público escreve que o avanço do líder nunca esteve em causa — o único cenário em que isto poderia acontecer seria um resultado autárquico desastroso. Por esta altura, o discurso do anúncio de Rio está já a ser preparado e deverá incluir “algumas farpas cirúrgicas“. Cirúrgica foi também a escolha do local onde o discurso será, amanhã, feito: no Porto, a sua cidade.
A opção justifica-se com as notícias recentes de que a distrital da invicta já teria sido “convertida” e apoiaria Rangel nas próximas diretas. Em cima da mesa esteve também a possibilidade de discursar na sede do partido, de forma a enviar uma mensagem de “continuidade“, mas a ideia foi abandonada devido às atuais circunstâncias políticas.
Ontem, questionado pelos jornalistas sobre a sua decisão de avançar com a recandidatura a líder dos sociais-democratas, esclareceu que “não era facilmente entendível pelos portugueses e pelos militantes” que dissesse “chega”. “A maioria não entenderia e, de certa forma, exige-me com alguma razão, que esteja disponível para esse lugar”, afirmou.