Em 2018, as autoridades suíças entraram em contacto com Rui Pinto para pedir a sua colaboração para investigar o presidente da FIFA, Gianni Infantino.
Quando o projeto Football Leaks ainda era algo embrionário — embora já fizesse potentes revelações sobre os podres no mundo do futebol —, a Justiça suíça entrou em contacto com o seu criador para pedir ajuda para investigar o presidente da FIFA, Gianni Infantino.
O que ninguém sabia na altura era que o pirata informático em causa era português e chamava-se Rui Pinto. O denunciante identificava-se como “John”: um nome genérico e que não procurava revelar detalhes da sua verdadeira identidade.
Num email enviado pelas autoridades helvéticas no final de 2018, pede-se a colaboração do hacker para investigar a figura máxima da FIFA.
Em causa estavam alegações de que Gianni Infantino teria atribuído vantagens indevidas a um magistrado suíço, Rinaldo Arnold, de modo a conseguir reunir-se secretamente com a figura máxima do Ministério Público deste país, Michael Lauber.
De acordo com a notícia avançada pelo jornal Público, suspeitava-se que Infantino teria aproveitado estes encontros para fazer desaparecer uma investigação sobre a concessão de um contrato de direitos televisivos a uma empresa offshore.
“Solicitamos que nos faculte quaisquer documentos relevantes sobre as alegações supramencionadas, particularmente quaisquer e-mails trocados entre Gianni Infantino e Rinaldo Arnold, assim como quaisquer e-mails que mencionem Rinaldo Arnold”, lia-se no email escrito pelo procurador Damian K. Graf.
A investigação de Graf concluiu que o procurador Michael Lauber era “culpado de ter violado várias funções do cargo”, após ter ficado provado que este reuniu-se informalmente com o presidente da FIFA em três ocasiões.
Paralelamente, enquanto a Justiça suíça pedia ajuda de Rui Pinto, o denunciante português ofereceu às autoridades maltesas informações sobre as atividades do grupo Doyen, escreve ainda o Público.
Num email enviado à Autoridade de Serviços Financeiros de Malta, Rui Pinto partilhou uma série de documentos que provariam empréstimos do fundo de investimento a dirigentes desportivos.