Pela primeira vez, uma equipa de astrónomos usou o Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS) para ver uma anã branca a desligar e ligar abruptamente.
Em astronomia, uma anã branca é um remanescente estelar composto principalmente por matéria eletronicamente degenerada. São o que a maioria das estrelas se torna depois de queimar o hidrogénio que as alimenta.
De acordo com o portal Phys, a anã branca observada pela equipa de investigadores da Universidade de Durham é conhecida por estar a agregar-se, ou alimentar-se, de uma estrela companheira em órbita.
Os astrónomos observaram a anã branca a perder o brilho em 30 minutos, um processo que só acontecia na acumulação de anãs brancas por um período de vários dias a meses.
Os investigadores esperam que a descoberta os ajude a aprender mais sobre a física por trás da acreção — onde objetos como buracos negros, anãs brancas e estrelas de neutrões se alimentam de material circundante de estrelas vizinhas.
A equipa viu quedas e elevações abruptas no brilho nunca antes vistas numa anã branca em crescimento em escalas de tempo tão curtas.
Os resultados levam os cientistas a acreditar que o que testemunharam pode ser reconfigurações do campo magnético da superfície da anã branca.
Quando a anã está “ligada”, altura em que luminosidade é alta, a anã branca alimenta-se do disco de acreção como acontece normalmente. De repente, o sistema “desliga” e o brilho diminui abruptamente.
Após algum tempo, o sistema “liga” novamente e o brilho volta ao nível original.
“As variações de brilho vistas nas anãs brancas que se acumulam normalmente são relativamente lentas, ocorrendo em escalas de tempo de dias a meses”, explica o autor principal, Simone Scaringi.
“Ver o brilho decair em 30 minutos é por si só extraordinário, já que nunca foi visto em outras anãs brancas de acréscimo e é totalmente inesperado na nossa compreensão de como esses sistemas alimentam-se através do disco de acreção. Parece estar a ligar e a desligar”, acrescentou.
Foi um acasalamento!